Mulheres longe de alcançarem igualdade em posições de liderança - TVI

Mulheres longe de alcançarem igualdade em posições de liderança

Ser feminina é... (Reuters)

Relatório «No Ceilings» mostra que as mulheres ainda são, «em grande medida, uma minoria» no que diz respeito a cargos políticos

Três mulheres com projeção internacional - Hillary Clinton, Melinda Gates e Chelsea Clinton - divulgaram esta segunda-feira um relatório que mostra que as mulheres ainda estão longe de conquistarem igualdade com os homens em posições de liderança.

O relatório, intitulado « No Ceilings» («Sem Limites», em tradução livre), figura como uma revisão do progresso alcançado desde a conferência de Pequim de 1995, que delineou uma plataforma de ação com vista à igualdade de género.

Nesse encontro, a então primeira-dama Hillary Clinton declarou: «Que os direitos humanos sejam os direitos das mulheres e que os direitos das mulheres sejam os direitos humanos, de uma vez por todas».

Contudo, 20 anos depois, as mulheres ainda são, «em grande medida, uma minoria» no que diz respeito a cargos políticos, representando menos de 30% do total dos deputados de todo o mundo, diz o documento.

Cerca de um quinto dos ministros da América Latina e de África são mulheres, mas elas tendem a tutelar pastas como a da Saúde, Educação ou Segurança Social, ficando de fora dos ministérios da Defesa ou Finanças.

As mulheres que lideram as pastas das Finanças ou da Economia são apenas 24 num total de 189 países analisados no relatório.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, observou que cinco países têm ainda parlamentos constituídos unicamente por homens, sendo que oito não têm uma única mulher no seu elenco governativo.

O relatório foi divulgado no início da conferência, de 12 dias, sobre as mulheres da ONU, que vai focar-se no poder político das mulheres e na sua influência no processo de tomada de decisões no campo económico.

Na frente dos negócios, o relatório destaca que as mulheres que desempenham o cargo de CEO representam 5% nas 500 empresas de topo da Fortune, quando em 1995 nem sequer existiam.

As mulheres estão de forma crescente a tomar assentos em conselhos de administração, com a sua quota a variar entre 8% em Portugal e 36% na Noruega, mas isto continua a longe da paridade.

Clinton, apontada como potencial candidata democrata às presidenciais, vai participar na conferência da ONU esta terça-feira.

Não obstante a fraca representação política e económica, as mulheres fizeram progressos na saúde e na educação, superando os homens nas universidades.

O relatório «Sem Limites, Total Participação» é um projeto de um ano que juntou as fundações Clinton e Gates, a Economist Intelligence Unit, bem como o World Policy Center da Universidade da Califórnia em Los Angeles.
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