Papa contra ataque a meninos feiticeiros - TVI

Papa contra ataque a meninos feiticeiros

Bento XVI condena a prática mas apela aos católicos para que convertam os bruxos

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O Papa Bento XVI apelou este sábado aos católicos de Angola para que se dediquem à conversão dos adeptos da feitiçaria, mas criticou duramente «as condenações» aplicadas às crianças suspeitas de feitiçaria pelos que «vivem no temor dos espíritos nefastos».

No segundo dia de visita ao território, e na primeira homília em solo angolano, na Igreja de São Paulo, o sumo pontífice frisou que a evangelização continua a ser uma exigência da Igreja Católica, tal como ali aconteceu há 500 anos.

Bento XVI aludiu à prática antiga em África que acredita na existência de espíritos malignos que se apoderam de crianças, sujeitando os menores a «tratamentos» violentos para lhes expurgar as «entidades malignas».

Recorde-se que, há cinco meses, a polícia libertou dezenas de menores encarcerados por duas seitas religiosas que as mantinham presas com o objectivo de as curar da feitiçaria, com recurso a violência física e psicológica.

A igreja católica em Angola está preocupada com a proliferação de seitas e outros credos, existindo já mais de 850 confissões não católicas legalizadas em Angola.

«Hoje cabe a vós, irmãos e irmãs, na senda destes heróicos e santos mensageiros de Deus [numa referência aos primeiros missionários portugueses chegados a Angola em 1506], oferecer Cristo ressuscitado aos vossos compatriotas. Muitos deles vivem no temor dos espíritos, dos poderes nefastos de que se crêem ameaçados, desnorteados», sublinhou Bento XVI.

O Papa criticou as ofensas contra os chamados meninos feiticeiros, referindo que os agressores «chegaram a condenar meninos de rua e até os mais velhos, porque, dizem, são feiticeiros. Quem pode ir ter com eles para lhes anunciar que Cristo venceu a morte e todos esses poderes obscuros?», desafiou.



Entretanto, o Governo de Angola decretou, para os trabalhadores de Luanda, tolerância de ponto na manhã de segunda-feira, último dia da visita do Papa Bento XVI a Angola, refere a Lusa.

O despacho do Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social refere que os funcionários que trabalham por regime de turnos não são abrangidos.

No primeiro dia de visita do Papa, foi também decretada tolerância de ponto para uma melhor recepção de Bento XVI, que chegou sexta-feira a Luanda provenientes dos Camarões, primeiro país visitado no périplo que está a efectuar por África.
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