O que provocou a queda do voo MS804 da Egyptair que se despenhou a 19 de maio, no Mar Mediterrâneo, com 66 pessoas a bordo continua a ser um mistério. Os investigadores egípcios não conseguiram extrair informação das memórias das duas caixas-negras que estão “danificadas” e que foram encontradas a 16 e 17 de junho.
De acordo com a CNN, o Egito enviou agora para França, para serem reparados, tanto os registos de áudio no cockpit do aparelho, como os dados de voo que ficaram gravados pelos computadores do avião, num esforço para ajudar a descarregar e descodificar os dados.
O BEA - Bureau d'Enquêtes et d'Analyses pour la Sécurité de l'Aviation Civile (Gabinete de Inquéritos e Análises para a Segurança da Aviação Civil), em França, é considerado um dos melhores do mundo para analisar aquele tipo de equipamento.
Num comunicado divulgado na quinta-feira, a EgyptAir revelou que o BEA vai "fazer uma reparação e remoção de acumulações de sal."
"As memórias dos dois registos de voo estão danificadas. A comissão de inquérito desloca-se a França na próxima semana com os circuitos elétricos das duas caixas negras para as reparar no laboratório do Gabinete de inquéritos e Análises (BEA) e eliminar os depósitos de sal", especificou o texto.
Após a reparação, as memórias serão "reenviadas para o Cairo onde deve ser efetuada a análise de dados em laboratórios do Ministério da Aviação civil", referia o mesmo comunicado.
O "Cockpit Voice Recorder (CVR), que assinala as conversações no cockpit, e o Flight Data Recorder (FDR), que regista todos os parâmetros de voo, foram recuperados "em fragmentos" na semana passada pelo "John Lethbridge", um navio da companhia francesa Deep Ocean Search (DOS).
As caixas-negras oferecem as melhores pistas para determinar porque o Airbus A320 caiu no mar, quando fazia a ligação entre Paris e o Cairo quando desapareceu a 19 de maio. Acidente ou ato de terrorismo: as duas hipóteses continuam em cima da mesa.
Uma análise preliminar aos cadáveres dos passageiros aponta para uma explosão a bordo.