Troca de tiros entre missão da ONU na República Centro-Africana e grupo armado - TVI

Troca de tiros entre missão da ONU na República Centro-Africana e grupo armado

  • MM
  • 1 abr 2018, 16:01
Rebeldes cristãos anti-Balaka

Não há referência a eventuais vítimas

Uma patrulha da missão da ONU na República Centro-Africana (MINUSCA) foi alvo sábado à noite de um ataque de um grupo armado quando estava num bairro muçulmano da capital centro-africana, Bangui, divulgaram este domingo as Nações Unidas.

Uma patrulha ficou sob fogo de artilharia no bairro PK5 pouco depois das 19:00 (hora local) de sábado e ripostou. Este ataque foi claramente orientado para atingir os soldados da paz (também conhecidos como ‘capacetes azuis’)”, afirmou, em declarações à agência noticiosa francesa France Presse (AFP), o diretor de comunicação da MINUSCA, Hervé Verhoosel.

Este é o primeiro ataque contra os ‘capacetes azuis’ no PK5, um bairro comercial de maioria muçulmana de Bangui, desde o reacendimento da violência naquela zona em finais de 2017.

Estes ataques (…) mostram a natureza criminosa dos grupos armados no bairro PK5", acrescentou Verhoosel, relembrando que o líder do grupo envolvido no ataque, Nimery Matar Jamous, tinha alertado, na passada quarta-feira, que “atacaria os ‘capacetes azuis’”.

O representante da MINUSCA não fez referência a eventuais vítimas.

Em finais de março, a missão da ONU ameaçou desmantelar todas as bases dos grupos armados presentes no bairro PK5, acusados de atos de violência e abusos contra os habitantes locais, caso estes não entregassem as armas.

A República Centro-Africana é um país atormentado por um conflito desde 2013.

As autoridades centro-africanas apenas controlam uma pequena parte do território nacional. Num dos países mais pobres do mundo, vários grupos armados disputam províncias pelo controlo de diamantes, ouro e gado.

Portugal integra a MINUSCA. No início de março, a 3.ª Força Nacional Destacada (FND) partiu para a República Centro-Africana: um contingente composto por 138 militares, dos quais três da Força Aérea e 135 do Exército, a maioria oriunda do 1.º batalhão de Infantaria Paraquedista.

Estes militares juntaram-se aos 21 que já estavam no terreno, sediados no aquartelamento de Bangui, desde o dia 18 de fevereiro.

O atual contingente foi substituir a 2.ª FDN, força integrada por um contingente de 156 militares do Exército, na sua maioria do regimento de Comandos, após seis meses de empenhamento nas regiões de Bangui, Bocaranga e Bangassou.

No terreno está também uma missão de treino da União Europeia (European Union Training Mission – EUTM), iniciada em 2014 e que conta atualmente com 14 militares portugueses.

O mapa das Forças Nacionais Destacadas (FND), divulgado no passado dia 15 de dezembro, prevê que Portugal reforce a missão de treino da UE até 50 militares.

Em janeiro, Portugal assumiu pela primeira vez o comando (durante um ano) da EUTM, onde estão presentes cerca de 170 militares oriundos de 12 países da UE e de estados parceiros.

Em finais de março, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a força portuguesa que integra a MINUSCA e os militares que comandam a missão de treino na União Europeia.

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