O ministério do Comércio da China disse esta segunda-feira que vai tomar "todas as medidas necessárias" para retaliar as restrições impostas pelos Estados Unidos ao uso de tecnologia norte-americana pelo grupo chinês das telecomunicações Huawei.
Em comunicado, o ministério classificou as restrições adotadas por Washington como "abuso do poder estatal" e "violação dos princípios do mercado" e advertiu que constituem uma ameaça para a segurança da "cadeia industrial e de fornecimento global".
Os EUA usam o poder do estado, recorrendo à desculpa da segurança nacional, e abusam das medidas de controlo sobre as exportações para oprimir continuamente e conter empresas específicas de outros países", acusou a China.
A China "vai tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar, de forma determinada, os direitos e os interesses legítimos das empresas chinesas", lê-se na mesma nota.
As novas regras estipulam que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores fabricados para a Huawei.
O equipamento de design e fabrico de chips usado nas fábricas de semicondutores do mundo é fabricado sobretudo nos EUA, pelo que a nova regra afeta produtores estrangeiros que vendem para a Huawei e afiliadas, incluindo a HiSilicon, que projeta principalmente chipsets usados em telemóveis e estações base para redes sem fio da Huawei.
O Departamento de Comércio norte-americano disse que as empresas têm um período de carência de 120 dias para os chips já em produção.
A Huawei Technologies Ltd., a primeira marca global de tecnologia da China e líder no fabrico de equipamentos de rede e dispositivos móveis, está no centro de um conflito entre EUA e China motivado pelas ambições tecnológicas de Pequim.
Os Estados Unidos acusam a maior fabricante mundial de equipamentos para firmas de telecomunicações de cooperar com os serviços secretos chineses. A Huawei nega a acusação e as autoridades chinesas dizem que o Governo de Donald Trump está a usar leis de segurança nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas de tecnologia dos EUA.
Huawei classifica sanções norte-americanas como “maléficas” e admite impacto
A Huawei classificou hoje como "arbitrárias e maléficas" as medidas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, que impedem o grupo chinês de telecomunicações de usar tecnologia norte-americana, admitindo que haverá consequências para os seus negócios.
Haverá inevitavelmente repercussões nos nossos negócios", apontou o atual presidente da Huawei, Guo Ping, em conferência de imprensa. "Mas estamos confiantes de que, em breve, seremos capazes de encontrar soluções", afirmou.
A empresa lembrou ainda que a decisão do Casa Branca "afetará muitos setores em todo o mundo".
As novas regras estipulam que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores à Huawei.