China ameaça retaliar restrições impostas pelos Estados Unidos nos negócios com a Huawei - TVI

China ameaça retaliar restrições impostas pelos Estados Unidos nos negócios com a Huawei

  • .
  • AG
  • 18 mai 2020, 08:54
Huawei

"EUA usam o poder do estado para oprimir continuamente e conter empresas específicas de outros países", diz o governo chinês

O ministério do Comércio da China disse esta segunda-feira que vai tomar "todas as medidas necessárias" para retaliar as restrições impostas pelos Estados Unidos ao uso de tecnologia norte-americana pelo grupo chinês das telecomunicações Huawei.

Em comunicado, o ministério classificou as restrições adotadas por Washington como "abuso do poder estatal" e "violação dos princípios do mercado" e advertiu que constituem uma ameaça para a segurança da "cadeia industrial e de fornecimento global".

Os EUA usam o poder do estado, recorrendo à desculpa da segurança nacional, e abusam das medidas de controlo sobre as exportações para oprimir continuamente e conter empresas específicas de outros países", acusou a China.

A China "vai tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar, de forma determinada, os direitos e os interesses legítimos das empresas chinesas", lê-se na mesma nota.

As novas regras estipulam que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores fabricados para a Huawei.

O equipamento de design e fabrico de chips usado nas fábricas de semicondutores do mundo é fabricado sobretudo nos EUA, pelo que a nova regra afeta produtores estrangeiros que vendem para a Huawei e afiliadas, incluindo a HiSilicon, que projeta principalmente chipsets usados em telemóveis e estações base para redes sem fio da Huawei.

O Departamento de Comércio norte-americano disse que as empresas têm um período de carência de 120 dias para os chips já em produção.

A Huawei Technologies Ltd., a primeira marca global de tecnologia da China e líder no fabrico de equipamentos de rede e dispositivos móveis, está no centro de um conflito entre EUA e China motivado pelas ambições tecnológicas de Pequim.

Os Estados Unidos acusam a maior fabricante mundial de equipamentos para firmas de telecomunicações de cooperar com os serviços secretos chineses. A Huawei nega a acusação e as autoridades chinesas dizem que o Governo de Donald Trump está a usar leis de segurança nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas de tecnologia dos EUA.

Huawei classifica sanções norte-americanas como “maléficas” e admite impacto

A Huawei classificou hoje como "arbitrárias e maléficas" as medidas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, que impedem o grupo chinês de telecomunicações de usar tecnologia norte-americana, admitindo que haverá consequências para os seus negócios.

Haverá inevitavelmente repercussões nos nossos negócios", apontou o atual presidente da Huawei, Guo Ping, em conferência de imprensa. "Mas estamos confiantes de que, em breve, seremos capazes de encontrar soluções", afirmou.

A empresa lembrou ainda que a decisão do Casa Branca "afetará muitos setores em todo o mundo".

As novas regras estipulam que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores à Huawei.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos