Pediu-se justiça no funeral do «Pelé do surf»  - TVI

Pediu-se justiça no funeral do «Pelé do surf»

Ricardinho, de 24 anos, morreu vítima de três tiros da polícia

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O surfista brasileiro, Ricardo Santos, foi esta quarta-feira a enterrar em Santa Catarina, no Brasil. Muitas lágrimas, emoção e gritos a pedirem «justiça». Da família, dos amigos e dos fãs.
 
 

«Meu neto me chamava de pai. Que Deus te proteja e te dê uma prancha. Você vai ganhar um presente muito grande bom onde você está», disse o avô Nicolau, segundo a «Globoesporte».


Ricardinho, como era conhecido, morreu na terça-feira. Não resistiu aos ferimentos de bala de que foi vítima. Foi operado quatro vezes. Morreu aos 24 anos.

Ricardo dos Santos foi baleado por um polícia federal que tinha o carro estacionado em cima de um cano em frente à casa do surfista. «O avô pediu para que os dois homens retirassem o carro do local para que a reparação do cano pudesse continuar a ser feita. O polícia ter-se-á negado a fazê-lo e Ricardinho foi retirar satisfações, levando três tiros no tórax e abdómen», escreve o «Globoesporte». 

Segundo acrescenta a BBC Brasil, o agente foi preso em flagrante delito por tentativa de homicídio. No entanto, Luiz Brentano, que estava de folga, disse à polícia civil que disparou em legítima defesa após ser ameaçado. O autor dos disparos está a ser alvo de um processo e foi transferido.
 

«Meu objetivo é ser feliz como surfista profissional, e com isso me tornar uma melhor pessoa. Pretendo me dedicar mais a ajudar os outros do que ficar apenas fechado no meu mundo. Quero conseguir ver a felicidade dos outros vinculada aos meus atos. E acima de tudo, quero um dia poder me sentir realizado por ter tido uma vida contente e saudável, na qual peguei muitos tubos ao redor do mundo», pode ainda ler-se na página de Facebook do desportista.

O seu objetivo era ser feliz. O mundo do surf está de luto pela morte daquele que o Brasil já apelidou de «Pelé do Surf».

A Liga Mundial de Surf prestou-lhe homenagem.

 


Os maiores surfistas mundiais também, como Gabriel Medina, atual campeão mundial de surf ou a lenda do surf, Kelly Slater, que faz uma análise à situação no Brasil. «Falta de educação, pobreza e drogas não são uma boa mistura e tornam a vida um desafio neste país». 



 

Beautiful morning but I was horrified to realize everyone was paddling out to Pipe to form a circle in remembrance of my friend, #RicardoDosSantos, who passed away in hospital after being shot three times yesterday in #Brasil. @ricardosantos90 was truly one of the great barrel riders of his short time (myself and a few others learned that the hard way against him at Teahupo'o a couple years back when he won the #AndyIronsAward in the event). He also won the #WaveOfTheWinter in 2012-2013 for a crazy barrel at #Pipeline and was a regular standout in any barreling or heavy conditions around the world. This was truly a senseless loss of life. It unfortunately brings to light the number of murders yearly in Brasil, officially documented at over 50,000 with many thousands more going unreported. Lack of education, poverty, and drugs don't make for a good mix and make life challenging in this country, one of the most beautiful and scariest places I've been. Condolences to Ricardo's friends and family around the world. Our small community has lost another way too soon. #RIPRDS #WTF #HardToBelieve

A photo posted by Kelly Slater (@kellyslater) on

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