Nem lesão, nem castigo: pensão de alimentos trama Rodrigo Mora - TVI

Nem lesão, nem castigo: pensão de alimentos trama Rodrigo Mora

Rodrigo Mora (reuters)

Decisão judicial deixa avançado impedido de representar o River Plate

Na Argentina vão-se cumprindo os dias de pré-temporada e os planteis vão engrenando as velocidades próprias desta fase. Mas a preparação do River Plate está a decorrer com alguns solavancos protagonizados por Rodrigo Mora, o avançado uruguaio que já representou o Benfica.

Os problemas em causa não são desportivos; esses, que também já aconteceram no plano fisico, parecem estar ultrapassados. As questões que afetam Rodrigo Mora são civis; são judiciais, mais concretamente. E o resultado é que o jogador do River está impedido de sair do seu país por ordem do tribunal.

Tudo isto tem na base uma pensão de alimentos. A causa é judicial. Mas as consequências também acabam por ser desportivas. Retido no Uruguai por ordem de um juiz, Rodrigo Mora já falhou o primeiro jogo do ano – em que o River perdeu (2-3) com o Independiente, na segunda-feira – e está em risco de perder o sempre apetecível (mesmo que de preparação) superclássico com o Boca Juniors, no sábado.



Não tem sido fácil a pré-temporada 2016 do antigo jogador do Benfica – que teve uma passagem efémera pela Luz em 2011/12. No início deste ano, Mora sofreu uma lombalgia que interferiu com o começo da pré-época. Recuperado dos problemas físicos, continua sem poder jogar.

O River Plate estagiou em Punta del Este, no Uruguai. A equipa argentina regressou ao seu país. Mora ficou retido no seu. «É um assunto de família, um assunto delicado», explicou o seu empresário Luis Smurra. O uruguaio falhou logo aí a ida a Mar del Plata onde o River foi batido pelo Independiente.

Ao canal desportivo argentino «TyC Sports», Smurra contou o que se passou: «Rodrigo tinha um acordo, de [pensão de] alimentos, com a mãe do seu filho, que cumpriu sempre, religiosamente. Quando ia ser transferido para o futebol árabe, em virtude da melhoria salarial que ia ter, fez uma ampliação do acordo, aumentava a quota [da pensão] alimentar que recebia o seu filho, substancialmente.»

Em junho do ano passado, o Al Nassr da Arábia Saudita anunciou a contratação de Rodrigo Mora, que deveria consumar-se em julho, depois de o River Plate disputar a Taça Libertadores. Mas em agosto, a transferência foi abortada. O avançado uruguaio decidiu ficar nos «milionários», que no final e 2015 disputaram o Mundial de Clubes – perdendo na final com o Barcelona.



Passado o imbróglio desportivo das arábias começou o imbróglio judicial, pois «frustrada a ida para o futebol árabe, o que ele fez foi a redução» do segundo acordo de pensão de alimentos «porque as condições prévias que o tinham originado não se mantinham». «E solicitou regressar aos termos do acordo inicial», contou o seu empresário.

Smurra explicou que «isso originou um diferendo judicial, que ainda não foi resolvido» e que é o que impede Mora de sair do Uruguai e de jogar pelo River. O diferendo aconteceu porque o jogador continuou a pagar o primeiro montante definido, mas a mãe do seu filho «reclamou a diferença e a sua reclamação foi aceite pelo juiz». «E isso originou uma dívida», esclareceu o agente, que o seu representado já saldou.

«A única coisa que ficou pendente foi o levantamento do que no Uruguai se chama encerramento de fronteiras. O certo é que ele pagou essa diferença e a única coisa que estava pendente era o levantamento dessas medidas restritivas de saída do país. Isso está a fazer-se neste momento», garantiu Smurra ao canal argentino.

Em respeito pelos prazos processuais e com um feriado judicial no Uruguai pelo meio, o agente do jogador uruguaio confia na competência da «advogada que está em cima dos trâmites». «Calculamos que nas próximas 48 horas, que na sexta-feira tenha autorização para sair», disse Luis Smurra.

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