Estátua de comandante pró-escravatura removida em Charlottesville - TVI

Estátua de comandante pró-escravatura removida em Charlottesville

  • Agência Lusa
  • CP
  • 10 jul 2021, 18:17

Quando a estátua foi levantada do pedestal ouviu-se uma ovação

A estátua do general confederado Robert E. Lee em Charlottesville, que esteve na origem de confrontos mortais entre ativistas de extrema-direita e manifestantes antirracistas em 2017, foi removida este sábado de um parque da cidade.

Além da estátua do comandante do exército do Sul pró-escravatura durante a guerra civil norte-americana, foi retirada a estátua de um dos seus principais oficiais, Thomas “Stonewall” Jackson, ambos de uniforme e a cavalo. As estátuas serão agora armazenadas num local seguro até a Câmara Municipal tomar uma decisão final sobre o seu destino.

Os trabalhos de remoção da estátua de Lee começaram de manhã cedo, com dezenas de espetadores nos quarteirões em redor do parque, ruas bloqueadas ao tráfego e polícia bem visível.

Quando a estátua foi levantada do pedestal ouviu-se uma ovação, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press.

A presidente da Câmara de Charlottesville, que se tornou a primeira presidente negra da cidade em novembro de 2017, fez uma breve declaração diante dos jornalistas e dos observadores quando o guindaste se aproximava da figura.

“Derrubar esta estátua é um pequeno passo no sentido de ajudar Charlottesville, a Virgínia e a América a lidar com o pecado de estar disposto a destruir os negros para obter benefícios económicos”, disse Nikuyah Walker.

A remoção das estátuas segue-se a anos de discórdia, angústia da comunidade e processos judiciais. A luta legal, longa e tortuosa, atrasou muito a retirada das estátuas, consideradas símbolos do passado racista e esclavagista dos Estados Unidos e cuja recolha o município autorizou em fevereiro de 2017.

Em agosto do mesmo ano, centenas de elementos da extrema-direita manifestaram-se sob a bandeira do movimento Unite the Right (Unir a Direita) para protestar contra o projeto.

No final da manifestação registaram-se confrontos entre supremacistas brancos e contramanifestantes. Um simpatizante nazi dirigiu um carro contra uma multidão de antirracistas, matando Heather Heyer, 32 anos, e ferindo dezenas de pessoas.

O acontecimento desencadeou um debate nacional sobre a igualdade racial, que foi inflamado pelas declarações do ex-Presidente Donald Trump denunciando a violência “de ambos os lados”.

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