Estátua de esclavagista com 200 anos retirada em Londres após petição popular - TVI

Estátua de esclavagista com 200 anos retirada em Londres após petição popular

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  • 10 jun 2020, 10:27

Várias petições têm pedido retirada de monumentos que elogiam figuras polémicas no Reino Unido, depois da estátua de um comerciante de escravos do século XVII ter sido lançada ao rio em Bristol

A estátua de um comerciante de escravos foi removida na terça-feira do local onde se encontrava há cerca de 200 anos em Londres na sequência de uma petição popular e após protestos antirracismo no Reino Unido.

A fundação Canal Trust e River Trust, proprietária do local onde estava a estátua de Robert Milligan, disse reconhecer “os desejos da comunidade local”, repetidos numa petição lançada pelo conselheiro do município londrino de Tower Hamlets Ehtashamul Haque. 

Por mais que apreciemos o valor da história, não devemos glorificar a escravização de indivíduos exibindo uma estátua de um comerciante de escravos”, argumentou Haque. 

A estátua de Robert Milligan, um comerciante proprietário de plantações e escravos nas Índias Ocidentais no século XVIII e XIX, foi removida ao final do dia de terça-feira. Encontrava-se junto do Museu de Londres Docklands desde o início dos anos 1800.

A decisão foi tomada numa altura em que surge um crescente número de apelos para serem identificados e removidos estátuas e outro tipo de monumentos ou homenagens em espaços públicos britânicos a esclavagistas ou autores de declarações racistas.

Estão em curso petições para remover as estátuas do imperialista Cecil Rhodes de um edifício da universidade de Oxford, a estátua do político Henry Dundas de uma praça em Edimburgo e a estátua do fundador da polícia britânica Robert Peel na praça central de Manchester.

As iniciativas foram tomadas após a estátua do comerciante de escravos do século XVII Edward Colston ter sido derrubada no domingo em Bristol, arrastada pelas ruas e lançada para as águas do porto da cidade por manifestantes anti-racismo.

Um grupo de autarcas do Partido Trabalhista, a Associação do Governo Local (LGA), anunciou na terça-feira que pediu aos seus membros que trabalhem com as suas comunidades para reavaliar "a pertinência" de monumentos e estátuas nas suas áreas.

Também a Câmara Municipal de Londres anunciou a criação de uma comissão para avaliar a diversidade dos monumentos nos espaços públicos da capital britânica. 

Os protestos antirracistas no Reino Unido foram desencadeados pela morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.

Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais resultaram em confrontos e violência.

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