"Relatório Mueller": acusar Trump de crime "não era uma opção", diz procurador - TVI

"Relatório Mueller": acusar Trump de crime "não era uma opção", diz procurador

  • CM
  • 29 mai 2019, 16:11

Investigação às suspeitas de obstrução à justiça e de conluio entre a campanha republicana e o governo russo, nas presidenciais de 2016, chegou ao fim, anunciou o procurador especial Robert Mueller, que anunciou, também, que se demite do Departamento de Justiça

Chegou ao fim a investigação às suspeitas de obstrução à justiça e de conluio entre a campanha republicana de Donald Trump e o governo russo, nas presidenciais de 2016, anunciou o procurador-especial Robert Mueller, na sua primeira declaração pública, nesta quarta-feira, sobre a investigação que levou a cabo.

Acusar o presidente de crime não era uma opção para nós", afirmou, referindo-se às diretrizes do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que impedem que um presidente em exercício seja acusado. 

O procurador disse, também, não ter dúvidas sobre a interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas, nem sobre a inocência do presidente.

Se tivéssemos a certeza de que o presidente não cometeu um crime, teríamos dito", sublinhou.

Além de ter anunciado o fim da investigação, o procurador-especial revelou, ainda, que o seu gabinete de investigação especial foi encerrado e que se demite do Departamento de Justiça.

Para Mueller, o seu relatório tem todas as informações necessárias e será o seu "único testemunho".

Numa breve comunicação televisionada a partir do Departamento de Justiça, Robert Mueller sublinhou que não irá prestar depoimento no Congresso, porque não poderia “ir além do que está no relatório”.

Mueller confirmou que a sua investigação concluiu a existência de provas de interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, através de notícias falsas que foram divulgadas nas redes sociais digitais por russos que se fizeram passar por norte-americanos, procurando influenciar o voto dos eleitores.

Mueller explicou que a sua investigação apresentou provas de crimes “persistentes e continuados” por parte de agentes russos, para afetar o resultado das eleições presidenciais em que Donald Trump venceu a candidata Democrata, Hillary Clinton, mas que qualquer condenação neste processo fica para os tribunais.

Sobre a investigação acerca da hipótese de a equipa de campanha de Donald Trump ter tentando obstruir a justiça – o que seria um crime passível de um processo de destituição para o presidente – Mueller disse que não encontrou “provas suficientes” para fazer essa alegação.

Por isso, disse, o relatório não foi conclusivo relativamente à questão da obstrução de justiça, embora reconheça que também não foram encontradas “provas conclusivas” nesse sentido.

Mueller disse ainda que nesta investigação foram “investigadas matérias de grande importância”, rejeitando as acusações que lhe foram feitas nos últimos meses por Donald Trump, que acusou o trabalho do procurador de ser uma “caça às bruxas”.

Robert Mueller e a sua equipa investigaram o caso russo desde maio de 2017, quando foi nomeado para averiguar a possibilidade de ter havido interferência russa nas eleições presidenciais do ano anterior.


 

 

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