«Quanto mais treinávamos, mais percebíamos que esta ia ser uma missão de ida, sem regresso. Achávamos que íamos morrer quando a casa explodisse ou que íamos ser presos pelos paquistaneses e passar o resto das nossas vidas na prisão», afirmou.
A revelação de O’Neill foi feita durante a primeira parte da entrevista exclusiva emitida esta terça-feira pela Fox News. O comando já tinha sido entrevistado pela revista «Esquire» o ano passado, na altura identificado como «The Shooter» (O Atirador), mas esta foi a primeira vez que falou aos jornalistas sem recorrer ao anonimato. Recorde-se que a sua identidade foi confirmada há poucos dias pelo próprio pai, Tim O'Neill, ao «MailOnline».
Segundo o antigo comando dos SEAL, o terrorista mais procurado do mundo morreu como «um cobarde», tendo utilizado a sua mulher mais nova como escudo humano. «Ele sabia que estávamos lá por causa dele e que íamos matá-lo», disse O'Neill.
Os serviços de inteligência norte-americanos conheciam bem a casa de Bin Laden e toda a operação terá sido estudada ao pormenor, de acordo com o antigo comando. Nessa noite, a 2 de maio de 2011, os soldados terão falado com a agente da CIA que andava atrás do terrorista - e que é retratada no filme «Zero Dark Thirty» - e esta ter-lhes-á dito: «se o quiserem matar, ele está no terceiro piso».
E foi mesmo nesse terceiro piso da residência que O'Neill terá disparado sobre a cabeça de Bin Laden. «O meu primeiro pensamento foi 'já o temos, já acabámos a guerra'. Se havia luz suficiente eu fui definitivamente a última pessoa que ele viu».
O'Neill revelou ainda que a administração de Barack Obama terá considerado realizar a operação em conjunto com as forças militares do Paquistão, mas terá abandonado a ideia com receio de que os paquistaneses não guardassem a missão em segredo.
«Conseguimos o objetivo da missão e eu fiz parte disso. É algo com que tenho de viver todos os dias», referiu.