Grupo de refugiados obrigado a cumprir quarentena em ilha polémica - TVI

Grupo de refugiados obrigado a cumprir quarentena em ilha polémica

Migrantes

Rohingya estiveram semanas à deriva no mar e chegaram este fim de semana ao Bangladesh, depois de terem sido rejeitados por diversos países

Dezenas de refugiados Rohingya, que estiveram à deriva no mar durante semanas, estão a ser obrigados a cumprir quarentena, devido ao novo coronavírus, numa ilha remota na Baía de Bengala, depois de chegarem ao Bangladesh no sábado.

Os 29 refugiados, maioritariamente mulheres e crianças, foram levados para uma ilha propícia a ciclones, a Bhashan Char – também conhecida por Thengar Char, de forma a proteger os campos de refugiados emergentes em Cox's Bazar da disseminação da Covid-19, afirmou o tenente da marinha do Bangladesh, Abdur Rashid à CNN.

Cox’s Bazar, o lar de quase um milhão de refugiados Rohingya tem estado isolado desde o início de abril, apenas tem sido permitido um movimento muito limitado dentro deste aglomerado de campos improvisados.

Os refugiados que estão agora em Bhashan Char estão entre centenas de refugiados muçulmanos Rohingya, que estiveram presos no mar durante semanas em condições muito severas, depois de tentarem fugir da Malásia, de acordo com uma declaração da União Europeia.

Esta minoria étnica sem Estado não é reconhecida como cidadã do seu país nativo, em Myanmar, apesar das suas raízes estarem lá há séculos. O Bagladesh acabou por receber centenas de milhares de refugiados que fugiram tendo por base razões humanitárias, mas não têm direitos e estão confinados aos campos de refugiados.

Grupo aguarda resultados dos testes à Covid-19

Rashid diz que não acredita que o grupo, que inclui 19 mulheres, cinco homens e cinco crianças, esteja infetado com o novo coronavírus que já matou mais de 240 mil pessoas em todo o mundo.

“Eles não têm sintomas, mas as investigações e os testes médicos estão a decorrer”, referiu Rashid à CNN.

Este é o primeiro grupo de refugiados Rohingya a serem enviados para esta ilha. O governo tem estado a construir infraestruturas há vários anos, com o objetivo de realojar todas as pessoas do Cox’s Bazar, apesar de ainda não haver uma data limite para a sua conclusão.

Governos da Ásia exortados a aceitar rohingya

Segundo a Amnistia Internacional, até á passada sexta-feira, acreditava-se que 800 refugiados Rohingya estivessem presos em barcos na Baía de Bengala.

A Amnistia emitiu enviou mesmo uma carta aos governos da região a pedir que os permitam atracar por motivos humanitários.

“A pandemia da Covid-19 não pode justificar a recusa dos Estados em permitir que os Rohingya desembarquem (…) Forar os refugiados a permanecerem em barcos também representa riscos ao seu direito à saúde e ao seu direito à vida”, refere a carta da Amnistia Internacional.

 

Por seu lado, também a União Europeia instou os governos da Ásia a “conduzir uma operação de busca e salvamento e a encontrar uma solução para um desembarque seguro”.

Continue a ler esta notícia