"Por favor, salvem-no", implora mãe do jornalista bielorrusso - TVI

"Por favor, salvem-no", implora mãe do jornalista bielorrusso

Pais de Roman Protasevich, detido após desvio para Minsk de um voo comercial da Ryanair com destino a Vilnius, na Lituânia, pedem à comunidade internacional ajuda para libertar o filho, que enfrenta a pena de morte na Bielorrússia pela oposição ao regime de Lukashenko

Os pais de Roman Protasevich, o jornalista bielorrusso detido após desvio para Minsk de um voo comercial da Ryanair com destino à Lituânia, imploram ajuda à comunidade internacional para libertar o filho, que enfrenta a pena de morte na Bielorrússia pela oposição ao regime de Lukashenko.

Peço-vos, imploro-vos, apelo a toda a comunidade internacional que o salvem. Ele é apenas um jornalista, é apenas uma criança, por favor, por favor... Imploro-vos ajuda. Por favor, salvem-no! Eles vão matá-lo", disse Natalia Protasevich, uma mãe em lágrimas em entrevista à agência francesa AFP, nesta terça-feira, desde Wroclaw, na Polónia, onde vive.

Natalia contou, ainda, que não dorme desde que soube da detenção e que passa o tempo colada ao telefone na esperança de receber notícias sobre o filho, o opositor bielorrusso, de 26 anos, que, num vídeo divulgado pela televisão estatal, "confessa" os crimes de que é acusado, concretamente ter organizado as manifestações contra a reeleição do presidente Aleksandr Lukashenko numas eleições pouco transparentes.

Há oito meses que Natalia, de 46 anos, e o marido e pai de Roman, Dmitry, de 48, vivem na Polónia, onde também o filho chegou a viver, depois de fugirem da Bielorrússia devido a perseguição política. Roman acabou por mudar-se para a Lituânia, com a namorada, Sofia Sapega, que também foi detida. Sentia-se, aliás, tão seguro que não hesitou em ir de férias à Grécia, episódio que terminou no domingo, com o sequestro do avião comercial da Ryanair em que seguia, ato condenado internacionalmente e que já levou a sanções contra a Bielorrússia por parte da União Europeia.

Os pais de Roman temem que o filho esteja detido sob a alçada dos serviços secretos, concretamente o KGB, mas que não sabem nada mais do que isso.

A advogada tentou vê-lo hoje, mas não conseguiu. Não sabemos onde ele está, em que condições e como está a ser tratado. Um dos métodos de tortura das nossas autoridades é não dizer às famílias onde estão detidos os seus entes queridos", acrescentou Dmitry, um ex-soldado.

Natalia e Dmitry não têm dúvidas de que o filho foi obrigado a confessar ter organizado os protestos em Minsk e que foi possível ver que lhe bateram. Para o pai, Roman parecia extremamente nervoso, parecia não ter alguns dentes e tinha marcas de agressão no lado esquerdo do rosto e pescoço.

O vídeo foi claramente encenado. Foi feito sob coação e não pode ter crédito", insistiu o pai.

A mãe revelou, também, que Roman sempre foi um "lutador pela justiça", luta que começou ainda adolescente, quando se iniciou no jornalismo e no ativismo político.

 

 

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