Liga dos Eleitores não reconhece vitória de Putin

A Liga dos Eleitores, organização criada por intelectuais russos para observar o escrutínio presidencial, considerou esta quarta-feira que as eleições de domingo passado desacreditam os institutos do poder de Estado e não podem ser consideradas legítimas.

«Tendo em conta as infrações em grande envergadura, a Liga considera ser impossível reconhecer os resultados das eleições presidenciais de 2012 na Rússia», lê-se num memorando distribuído aos jornalistas durante uma conferência de imprensa.

A organização «lamenta que no domingo passado tenha sido ofendida a sociedade civil russa, desacreditados os institutos da Presidência, do sistema eleitoral e de todo o poder estatal da Rússia em geral».

«A Liga dos Eleitores considera que as eleições de 04 de março não foram iguais, porque a discriminação de conhecidos políticos na formação da lista dos candidatos limitou a possibilidade de opção dos cidadãos e facilitou o trabalho do candidato do poder», sublinha-se no documento.

Segundo a Liga, «as eleições foram injustas porque os candidatos registados realizaram a campanha eleitoral em condições desiguais, um deles teve claramente vantagem, utilizando nos seus interesses, a despeito da lei, enormes recursos públicos: financeiros, organizativos e propagandísticos».

«As eleições não foram limpas porque a contagem de votos e a determinação dos resultados foram acompanhadas de falsificações sistemáticas que deturparam consideravelmente o resultado da vontade dos eleitores», conclui a Liga.

Esta organização considera que o primeiro-ministro Vladimir Putin teria conquistado 53 por cento, e não 63,60, como anunciou a Comissão Eleitoral da Rússia. O politólogo Dmitri Orechkin, um dos dirigentes da Liga dos Eleitores, frisou, na conferência de imprensa, que Mikhail Prokhorov foi o mais prejudicado.