NATO prepara movimentação de forças e a nova "Guerra Fria" continua - TVI

NATO prepara movimentação de forças e a nova "Guerra Fria" continua

  • Sofia Santana
  • 27 out 2016, 11:46

A Aliança Atlântica vai enviar 4.000 militares, em quatro batalhões, para a fronteira com a Rússia. Os ministros da Defesa da NATO estão reunidos em Bruxelas para dar seguimento às decisões que saíram da Cimeira de Varsóvia, numa altura em que as tensões com Moscovo se intensificam

São os últimos preparativos para aquela que será a maior movimentação de forças da NATO no leste europeu desde a Guerra Fria. A Aliança Atlântica vai enviar 4.000 militares, em quatro batalhões, para a fronteira com a Rússia. Os ministros da Defesa da NATO estão reunidos em Bruxelas para dar seguimento às decisões que saíram da Cimeira de Varsóvia. O encontro surge numa altura em que as tensões com Moscovo se intensificam.

A movimentação de forças deverá ter início no próximo ano. Apoiar a região do leste europeu com o envio de novas tropas para a Lituânia, Estónia, Letónia e Polónia, foi uma das decisões que saiu da Cimeira de Varsóvia, em julho, e que nesta quarta e quinta-feira é finalizada no quartel-general da NATO.

A esta altura, vários membros da aliança já anunciaram que vão participar na missão.

O Reino Unido, por exemplo, informou, esta quinta-feira, que vai enviar 800 militares para a Estónia, mais 650 do que o inicialmente anunciado por David Cameron. Para a Estónia também vão tropas da França e da Dinamarca.

Os Estados Unidos anunciaram no início do ano que vão enviar 900 soldados para a Polónia e fornecer armamento para todo o leste europeu, mas é possível que o número de militares em causa ainda aumente.

Por sua vez, o Canadá e a Itália vão enviar militares para a Letónia, enquanto a Alemanha vai apoiar a Lituânia.

A Bélgica, a Croácia e o Luxemburgo também deverão juntar-se à missão, ainda que, para já, não se saibam mais pormenores.

Quem fica de fora deste xadrez de tropas é Portugal, como confirmou o ministro da Defesa, Azeredo Lopes. 

As relações entre a NATO e a Rússia entraram numa fase de grande degradação desde que Moscovo anexou a Crimeia, em 2014, numa ação que deu início à guerra civil da Ucrânia. E o conflito no leste ucraniano continua, bem como o apoio dos russos aos separatistas.

Mas o objetivo desta movimentação não é entrar em confrontação com Moscovo, diz o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. O líder da organização fez questão de destacar, em conferência de imprensa, que se trata de uma medida de caráter defensivo, em linha com os compromissos internacionais que passam por defender todos os membros da aliança.

“Não queremos entrar em confrontação com a Rússia. Não queremos uma nova Guerra Fria e não queremos uma corrida às armas. O que a NATO faz é defensivo e em linha com os compromissos internacionais”, sublinhou, em conferência de imprensa. 

Os motivos de preocupação com a Rússia não ficam circunscritos ao conflito ucraniano. É que a guerra na Síria azedou a relação entre russos e norte-americanos e, nos últimos dias, Moscovo realizou uma das maiores exibições navais desde o fim da Guerra Fria, com a passagem de uma frota que segue para território sírio. 

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