Observadores questionam vitória de Putin - TVI

Observadores questionam vitória de Putin

  • Portugal Diário
  • 3 dez 2007, 12:21

Em São Petersburgo, João Soares e António Almeida Henriques negam falhas

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Os observadores da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) questionaram esta segunda-feira a vitória de Vladimir Putin nas eleições russas.

«É nossa opinião de que estas eleições não podiam corresponder a muitos critérios de eleições, aceites na Europa. Por isso, não podemos chamar-lhes livres», declarou Joran Lennmarker, chefe da missão de observadores da Assembleia Parlamentar da OSCE.

«As eleições na Rússia não foram justas», considerou também Luke van den Brande, chefe da missão de observadores da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. «No país não existe divisão real de poderes. Não foram eleições como tais, mas um referendo a favor do Presidente», acrescentou.

Observadores portugueses falam em normalidade

Contactados pela agência Lusa, João Soares (PS) e António Almeida Henriques (PSD), dois observadores portugueses que trabalharam em São Petersburgo, segunda maior cidade russa, reafirmaram que, pelo que viram, o escrutínio decorreu «dentro da normalidade democrática».

«O que vimos, e visitámos mais de 20 secções de voto, mostra que a votação corresponde aos padrões habituais», declarou à Lusa João Soares, presidente da delegação da Assembleia Parlamentar da OSCE.

João Soares disse que «os cadernos eleitorais estavam bem organizados, a identificação dos eleitores era feita de forma capacitada».

«Não é comum ver votar com credenciais [documento que permite a um eleitor votar fora do local de residência]. Também não é uma coisa normal ver urnas ambulantes num hospital, mas assistimos a isso e não detectámos anormalidades», acrescentou.

O deputado socialista sublinhou que os observadores da OSCE se encontraram com representantes de vários partidos que participaram nas eleições.

Votos dão esmagadora maioria a Putin

«Um observador do Partido Iabloko fez umas queixas, mas não tinha elementos concretos. Deixei-lhe o número do meu telemóvel para me comunicar infracções concretas», disse João Soares.

António Almeida Henriques, vice-presidente da delegação da Assembleia Parlamentar da OSCE, tem a mesma opinião que João Soares.

Contados 98 por cento dos votos, o Partido Rússia Unida obteve 64,1 por cento dos votos, o Partido Comunista conquistou 11,6, o Partido Liberal Democrático 7,8 por cento e o Partido Rússia Justa 7,8 por cento. Os restantes sete partidos não conseguiram eleger deputados.
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