Putin admite responder aos planos de "expansão" da NATO - TVI

Putin admite responder aos planos de "expansão" da NATO

  • Sofia Santana
  • 21 nov 2016, 17:46
Vladimir Putin, presidente da Rússia

Numa entrevista para um documentário de Oliver Stone sobre o conflito na Ucrânia, o presidente russa afirma que está "preocupado" com as decisões tomadas pela Aliança Atlântica e deixa sérios avisos

O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que Moscovo poderá mover mísseis para uma zona mais próxima da Europa, em resposta aos planos de "expansão" da NATO. Numa entrevista para um documentário de Oliver Stone, transmitido esta segunda-feira num canal de televisão russo, Putin afirmou que está "preocupado" com as decisões tomadas pela Aliança Atlântica.

“Por que estamos a reagir à expansão da Nato de forma tão emocional? Porque estamos preocupados com as tomadas de decisão da NATO”, frisou.

 

O líder do governo russo avisou que as forças de Moscovo poderão atingir posições da NATO, caso a Rússia se sinta ameaçada com a anunciada movimentação de forças da aliança no leste europeu.

As palavras de Putin surgem numa altura em que a agência de notícias russa RIA avança que o país vai mover o sistema de mísseis S-400 para a região de Kaliningrado, território sob administração russa que faz fronteira com a Polónia e a Lituânia. 

A NATO já começou a planear aquela que será a maior movimentação de forças no leste europeu desde a Guerra Fria. A Aliança Atlântica vai enviar 4.000 militares, em quatro batalhões, para a fronteira com a Rússia. Os preparativos foram ultimados no final de outubro, num encontro entre os ministros da Defesa da NATO em Bruxelas.

A movimentação de forças deverá começar no início do próximo ano e tem como objetivo apoiar a região do leste europeu, nomeadamente a Lituânia, Estónia, Letónia e Polónia.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, já sublinhou que esta decisão é uma medida "defensiva" e que o objetivo não passa por entrar num clima de confrontação com a Rússia. “Tudo o que NATO faz é defensivo, em proporção e em linha com os compromissos internacionais”, acrescentou.

”Antes das ações agressivas da Rússia sobre a Ucrânia, a NATO não tinha planos de enviar tropas para o este da nossa aliança. O objetivo da NATO é prevenir conflitos, não provocar conflitos", frisou Stoltenberg. 

Muitos julgavam que a eleição de Donald Trump para Presidente dos Estados Unidos iria amenizar o clima de crispação entre Washington e Moscovo, mas Putin não parece dar tréguas aos movimentos do Ocidente.

A nova entrevista faz parte de um documentário do realizado norte-americano Oliver Stone sobre o conflito no leste ucraniano, chamado "Ukraine on Fire" (Ucrânia debaixo de fogo). O documentário foi transmitido pelo canal REN TV esta segunda-feira.

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