Putin defende guarda-costeira no incidente com navios ucranianos - TVI

Putin defende guarda-costeira no incidente com navios ucranianos

  • EC
  • 28 nov 2018, 14:08

Forças armadas "cumpriram o seu dever militar na perfeição, com precisão", afirmou o presidente russo

A guarda-costeira russa cumpriu no domingo o seu "dever militar" ao apresar três navios de guerra ucranianos ao largo da Crimeia, disse hoje o Presidente russo sobre o incidente que elevou a tensão entre os dois países.

Cumpriram o seu dever militar com perfeição, com precisão", declarou Vladimir Putin num fórum económico em Moscovo, explicando que as tripulações ucranianas não responderam aos alertas das forças russas.

Vladimir Putin disse que o incidente foi totalmente provocado pelos navios ucranianos e colocou a culpa do ocorrido sobre o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

Para o Presidente russo, Poroshenko ordenou que a marinha ucraniana provocasse o impasse com o único propósito de marcar pontos políticos e garantir a sua reeleição no próximo ano.

Putin também afirmou que os navios ucranianos violaram as águas territoriais do sul da Rússia, que é a fronteira internacionalmente reconhecida. Esta afirmação contraria as alegações do Governo ucraniano, segundo o qual os seus navios estavam em águas internacionais.

As forças armadas russas estão a reforçar os mecanismos de defesa na península da Crimeia com mais mísseis antiaéreos, após o incidente no fim de semana com navios ucranianos no Mar Negro, anunciou fonte do Ministério da Defesa em Moscovo.

A agência de notícias Interfax noticiou hoje que o coronel Vadim Astafyev, alto funcionário do Ministério da Defesa russo, declarou que a Rússia acrescentará um sistema de mísseis antiaéreos S-400 aos três já instalados na península.

O anúncio é feito após embarcações russas terem apresado no domingo três navios militares ucranianos – duas pequenas lanchas blindadas e um rebocador –, tendo feito uma vintena de prisioneiros no estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov.

Este incidente armado fez também diversos feridos entre os ucranianos – seis, segundo Kiev, e três, segundo Moscovo – e desencadeou reações de condenação na Ucrânia e em vários dos seus aliados ocidentais.

Um tribunal da Crimeia ordenou na terça-feira que 12 dos 24 marinheiros ucranianos fossem mantidos sob custódia. Outros marinheiros da Ucrânia devem ser hoje apresentados em tribunal.

Hoje, Petro Poroshenko, promulgou a lei marcial na Ucrânia, devido à crescente tensão com a Rússia. A lei estará vigente durante 30 dias em dez regiões fronteiriças e na zona costeira do país.

Nos últimos meses, Kiev e o Ocidente têm com regularidade acusado a Rússia de deliberadamente “colocar entraves” à navegação de barcos comerciais ucranianos entre o mar Negro e o mar de Azov.

A Rússia anexou em 2014 a península ucraniana da Crimeia e é acusada por Kiev e pelo Ocidente de apoiar militarmente os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, num conflito que já fez mais de 10.000 mortos.

Moscovo nega o seu envolvimento militar, apesar das numerosas provas recolhidas por diversos órgãos de comunicação social internacionais.

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