Vladimir Putin quer tornar mais conservadora a Constituição da Rússia e propõe que se consagre constitucionalmente a "fé em Deus". O atual presidente russo quer também que o casamento passe a ser definido como uma união entre um homem e uma mulher, tornando inconstitucional o casamento gay.
A oposição e as associações de direitos civis contestam as alterações e dizem que Putin pretende apenas garantir que continua a influenciar o regime russo para lá de 2024, ano em que termina oficialmente o mandato presidencial.
Embora grande parte dos russos se identifiquem como cristãos ortodoxos, a Constituição russa, na sua versão atual, não faz referência a Deus e determina que nenhuma religião pode ser considerada obrigatória ou oficial. Mas, desde que chegou ao poder, Putin tem-se apoiado sempre na Igreja Ortodoxa e beneficiado do apoio dos seus líderes.
O presidente russo pretende também consagrar uma definição de casamento que o restrinja à união entre um homem e uma mulher.
Enquanto eu for presidente, não haverá progenitor um e progenitor dois. Haverá mãe e pai" já disse Vladimir Putin.
Em 2013, a Rússia aprovou a denominada “Lei de propaganda gay”, que proibe e pune a divulgação a menores de 18 anos de material que exponha “relações não tradicionais”. Desde essa data, o país registou um aumento do número de ataques à comunidade LGBT.
Na sua proposta, Putin diz ainda querer garantir aquilo a que chama de “proteção da verdade histórica”, atribuindo à Rússia o estatuto de sucessora legal da União Soviética.
A Rússia mantém a memória sagrada dos defensores da pátria. Qualquer desprezo pelo feito do povo em defender a pátria é inaceitável”.
Às propostas de Putin somam-se as preparadas por um grupo de 75 peritos e todas deverão ser votadas - e aprovadas - no próximo dia 10 de março. Entre as mais polémicas estão a garantia de imunidade a ex-presidentes bem como atribuir-lhes o cargo de senadores vitalícios da câmara alta da Duma, o parlamento russo.