Suspeito de atentados em Paris “não tem vergonha” de quem é - TVI

Suspeito de atentados em Paris “não tem vergonha” de quem é

Salah Abdeslam na prisão (foto Het Nieuwsblad)

Salah Abdeslam recusou-se a responder aos juízes sobre os ataques de novembro de 2015, que provocaram 130 mortos, mas mostra-se “falador pela primeira vez” na resposta a uma mulher anónima que lhe enviou cartas, noticia a imprensa francesa

O principal suspeito dos ataques de Paris disse “não ter vergonha” de quem é, na resposta a uma mulher que lhe enviou cartas para a prisão, de acordo com excertos publicados esta sexta-feira na imprensa francesa.

Salah Abdeslam recusou-se a responder às perguntas dos juízes franceses sobre os ataques de 13 de novembro de 2015, em que 130 pessoas morreram às mãos de extremistas do Estado Islâmico.

No entanto, numa correspondência com uma mulher anónima, publicada pelo jornal Libération, o jovem mostra-se “falador pela primeira vez”, aponta o diário.

"Antes de tudo, não tenho medo de deixar escapar algo porque não tenho vergonha do que sou. Além disso, o que se pode dizer de pior em relação ao que já foi dito?", escreveu.

"Estou a escrever-te sem saber como começar, recebi todas as tuas cartas e não sei se gostei delas ou não mas definitivamente permitiram-me passar algum tempo no mundo exterior. Como foste direta, também vou ser, se te pergunto quais são as tuas intenções é para me assegurar que não me amas como uma 'estrela' ou um 'ídolo' porque recebo mensagens dessas e não apoio isso porque a única pessoa que merece ser adorada é Alá", pode ler-se.

Abdeslam recebeu mensagens de várias pessoas mas só respondeu a uma mulher, de acordo com o jornal.

O jovem de 27 anos foi transferido de França para a Bélgica em abril, depois de ser detido em Bruxelas.

Os dois advogados de Salah Abdeslam disseram em outubro que não iriam mais defendê-lo dado a recusa do suspeito de responder a perguntas.

Acredita-se que Abdeslam é o único extremista que sobreviveu aos ataques à capital francesa.

Abdeslam é acusado de ter disponibilizado apoio logístico aos sete extremistas que morreram nos vários locais dos ataques: a sala de espetáculos Bataclan, o estádio nacional Stade de France, e vários bares e restaurantes em Paris.

Continue a ler esta notícia