Polícia italiana faz "maior apreensão de anfetaminas do mundo" - TVI

Polícia italiana faz "maior apreensão de anfetaminas do mundo"

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  • 1 jul 2020, 12:16
Polícia italiana apreende 14 toneladas de anfetaminas no porto de Salerno

A apreensão de 14 toneladas de anfetaminas foi feita no porto de Salerno, a sul de Nápoles, e tem o valor de mil milhões de euros no mercado

A polícia italiana anunciou hoje que fez “a maior apreensão de anfetaminas do mundo”, com a descoberta de 14 toneladas desta droga na forma de 84 milhões de comprimidos produzidos na Síria pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.

A apreensão, feita no porto de Salerno (sul de Nápoles) tem o valor de mil milhões de euros no mercado, disse a polícia italiana, em comunicado.

Segundo a investigação, coordenada pelo Ministério Público de Nápoles, a droga estava escondida em três recipientes suspeitos, contendo cilindros de papel para uso industrial e rodas de metal.

Cada cilindro de papel, com cerca de dois metros de altura e 1,40 de diâmetro (provavelmente fabricado na Alemanha), escondia cerca de 350 kg de comprimidos impossíveis de serem detetados por um ‘scanner’.

As enormes rodas de metal também estavam cheias de comprimidos.

Os comprimidos estavam carimbados com o símbolo “captagon”, marca sob a qual é comercializada uma mistura de anfetamina e cafeína que funciona como estimulante e que inibe a dor e a sensação de medo.

A substância é conhecida como “droga dos ‘jihadistas’” devido ao alegado consumo pelos combatentes do grupo extremista Estado Islâmico.

Sabemos que o Estado Islâmico financia as suas próprias atividades terroristas através, sobretudo, do tráfico de drogas sintéticas produzidas na Síria, que se tornou, nos últimos anos, no maior produtor mundial de anfetaminas”, explicou a polícia italiana.

Há duas semanas, a mesma unidade de investigação de Nápoles, especializada em crime organizado, intercetou um contentor de roupas de contrafação que escondiam 2.800 kg de haxixe e 190 kg de anfetaminas na forma de mais de um milhão de comprimidos com o carimbo “captagon”.

Os investigadores acreditam que existe um “consórcio” de grupos criminosos já que os 84 milhões de comprimidos podem satisfazer o mercado europeu e uma das hipóteses em investigação é que o crime tenha partido de um “cartel” de clãs da Camorra (máfia napolitana).

O confinamento imposto no âmbito da pandemia do novo coronavírus suspendeu a produção e distribuição de drogas sintéticas na Europa e, desde então, muitos traficantes recorreram à Síria para reabastecimento.

Produzida no Líbano e distribuída na Arábia Saudita nos anos 90, esta droga foi encontrada nos esconderijos de vários terroristas, como os responsáveis ​​pelos ataques de Paris em 2015, nomeadamente à sala de concertos Bataclan.

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