Ex-presidente do Barça recorda prisão: «Vi uma luta que me manchou de sangue» - TVI

Ex-presidente do Barça recorda prisão: «Vi uma luta que me manchou de sangue»

Sandro Rosell (AP/Manu Fernandez)

Antigo presidente do Barcelona, Sandro Rosell, admite que viu lutas e tráfico de droga à sua frente nos cerca de dois anos que esteve preso

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O antigo presidente do Barcelona, Sandro Rosell, que esteve preso quase dois anos entre 2017 e 2019, fez novas afirmações acerca dos 645 dias que passou na prisão, assumindo que o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, lhe ligou, que viu tráfico de droga à sua frente, que voltou à prisão para ver amigos que lá fez e que, diz, não têm quem os visite.

«Florentino não me ligou diretamente, mas sim através de um amigo. Mudei de número. Não posso dizer que a contratação de Neymar por parte do Barcelona e não pelo Real Madrid tenha influenciado o meu caso, mas… obviamente alguém mexeu cordelinhos, uma mão negra. E pensas quem pode ter sido. Pensas nos teus últimos anos de vida e em alguém que não tenha gostado de uma decisão que tomaste», referiu Rosell, sobre a contratação de Neymar em 2013 ao Santos, numa altura em que o brasileiro também era cobiçado pelo Real.

Rosell disse ainda que, se voltasse a ser presidente do Barcelona, que tentaria contratar Neymar novamente. «Ele é o segundo melhor jogador do mundo depois de Messi e encaixa na filosofia do clube», defendeu.

«Voltei à prisão para ver um par de amigos que continuam lá dentro [na prisão]. Amigos que fizemos e são de fora ou não têm família que vá vê-los. Levei-lhes sapatilhas de desporto, que é preciso na prisão. Gosto de manter contacto com alguns deles», expressou.

Rosell, que já tinha dito que recebera preservativos e vaselina quando chegou à prisão, admitiu ainda que chorou de «impotência e tristeza» pelo período que passou. «Já há muitos anos que não chorava. No início, ficava com raiva, por orgulho: “não podes estar a chorar”. Dava-me raiva, chorar de raiva. Não me recordo quantas vezes, mas mais de cinco, seguramente», contou, em declarações no programa ‘El Partidazo’, da COPE, na noite de quinta-feira.

Rosell, que foi absolvido dos crimes de branqueamento de capitais e associação criminosa em 2019, disse ainda ter assistido a disputas graves entre prisioneiros no período em que lá esteve.

«Vi-as muito perto. Vi uma luta tão perto que ficámos manchados de sangue. A um preso cravaram-lhe um cabo de uma vassoura partido, com lascas. Estávamos tão perto e ele deitou tanto sangue que nos manchou por completo: um livro, a roupa… E lutas à sapatada há muitas. Fui repreendido algumas vezes, mas não tive lutas. Um idiota disse-me: “és um catalão de me*** e todos os catalães têm de morrer”. Outro disse-me: “se não me compras um café por dia, vou dar-te uma carga de porrada”. Não o fiz. Encarei-o, disse-lhe que estava enganado. Na prisão tens 100 euros por semana e eu tinha muitos gastos em papel, selos, cartões de telefone…», descreveu.

«Não me ofereceram drogas, mas à minha frente havia tráfico de droga. Sim, na prisão há droga. Passam-na escondida com as visitas. Também descobrimos um preso com um telemóvel a gravar-nos», continuou.

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