Maior indemnização por negligência médica paga em Espanha: 5,5 milhões de euros - TVI

Maior indemnização por negligência médica paga em Espanha: 5,5 milhões de euros

  • AMA
  • 22 jan 2020, 17:38
 Hospital Guitiérrez Ortega de valdepenãs. 

Menina ficou com sequelas graves e irreversíveis devido a negligência no parto. Pais vão receber indemnização e a criança tem assegurada uma pensão vitalícia

A família de uma criança a quem foram causadas lesões graves e irreversíveis durante o parto vai receber a maior indemnização alguma vez paga em Espanha por negligência médica. Ao todo, serão 5,5 milhões, pagos depois de a menina, que nasceu em 2012 no Hospital Guitiérrez Ortega de Valdepenãs, em Ciudad Real, ter ficado tetraplégica devido a falta de cuidados durante o nascimento, sofrendo igualmente sequelas ao nível neurológico. 

A sentença assinala que, na origem das sequelas, está a escassa atenção que foi dada à mãe durante o parto, tendo o obstetra e a parteira "ignorado os claros e inequívocos sinais de alarme" de sofrimento fetal, refere o El País

O acórdão com a decisão da juíza foi divulgado esta quarta-feira pela associação "El Defensor Del Paciente".

Ficou estabelecida uma indemnização de 2,59 milhões que será paga aos pais da criança, bem como uma pensão de 25.500 euros anuais enquanto a menor for viva, estimando-se uma esperança média de vida de dez anos. A estes valores acrescem juros de mora, pelo que, no total, a verba a receber pela família ascenderá aos 5.596.171 euros.

Na sentença, lê-se ainda que a criança sofre de uma "situação catastrófica, já que é incapaz de se ligar ao que a rodeia" e precisa de "atenção integral e completa durante as 24 horas do dia".

A família avançou na justiça contra o médico e a parteira que fizeram o parto, acusando-os de negligência grave. Os dois especialists foram condenados a uma pena de nove meses de multa, pagando 10 euros por dia num total de 2700 euros. A indemnização por responsabilidade civil será paga pelas seguradoras do Servicio de Salud de Castilla-La Mancha e dos dois profissionais de saúde, a Zurich e a Mapfre. 

A sentença ainda pode ser alvo de recurso. 

A juíza que decidiu o caso explicou que a verba da indemnização prevê que sejam compensados "os transtornos cognitivos e danos neuropsicológicos muito graves" de que sofre a criança, os danos morais e ainda o facto de ser necessária uma terceira pessoa durante 15 horas por dia para assegurar os cuidados da menor. 

 

 

 

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