Já foi o segundo maior lago da Bolívia e agora é um deserto - TVI

Já foi o segundo maior lago da Bolívia e agora é um deserto

  • AA
  • 22 jan 2018, 16:46

A situação repete-se e a desertificação do lago Poopó continua a ser alvo de preocupações dos especialistas

Um dos maiores lagos da América do Sul, com uma extensão de quase três mil quilómetros quadrados, encontra-se completamente seco e transformado numa longa e deserta planície de argila. O lago Poopó já foi o segundo maior lago da Bolívia e agora aparece e desaparece por completo, como se de um mistério se tratasse.

Os especialistas consideram que, de misterioso o fenómeno tem muito pouco. Apontam causas naturais e humanas para justificar a desertificação completa recorrente do lago, que continua a ser uma preocupação para os bolivianos. 

O Lago Poopó volta a ser notícia, porque enfrenta um novo período de desertificação extrema. As mudanças climáticas associadas à seca severa, o abastecimento para a agricultura e a contaminação das águas foram as principais causas apontadas pelos especialistas para justificar esta tragédia ambiental. 

A evaporação mais severa do lago aconteceu há três anos, no entanto esta não foi a primeira vez. O Lago Poopó esteve completamente seco entre 1939 e 1944 e também entre 1994 e 1997. Mas voltou sempre a encher uns tempos mais tarde. 

Milton Pérez, professor de Engenharia Agrícola da Universidade Técnica de Oruro, afirma, em declarações à BBC, que o lago continuará a existir durante muitos anos, mas não para sempre. Milton justificou o seu pensamento com os vários estudos científicos que comprovam que o Poopó deriva de outros lagos pré-históricos muito maiores, que também acabaram por secar. 

O governador do Departamento de Oruro, Víctor Hugo Vázquez, refere que a "Bolívia é uma vítima do aquecimento global" e aponta como principais culpadas as "nações mais industrializadas".

Pensar que a água não será usada para a mineração ou para a agricultura e que o lago se manterá cheio é uma ilusão. Eu nasci, vivi e atualmente moro às margens do Lago Poopó e lembro-me de o ter secar três vezes. Para mim, não é estranho. Não acho necessário tanto alarde", diz Vázquez, a autoridade política máxima da região.

Quando questionado pela BBC sobre o eventual regresso do lago, Vászquez responde dizendo que esta é um situação temporária de "um ou dois anos" e que tem esperança de que "fique cheio novamente". 

Continue a ler esta notícia