Alemanha vai reforçar vigilância em pontos estratégicos após duplo tiroteio em Hanau - TVI

Alemanha vai reforçar vigilância em pontos estratégicos após duplo tiroteio em Hanau

  • CE
  • 21 fev 2020, 11:33

Ameaça à segurança ligada à extrema-direita é “muito alta na Alemanha”, disse o ministro do Interior aelmão, Horst Seehofer

O ministro alemão do Interior anunciou esta sexta-feira que as autoridades vão reforçar a vigilância em locais mais suscetíveis, como mesquitas e aeroportos, na sequência dos ataques racistas de quarta-feira à noite em Hanau, perto de Frankfurt.

A ameaça à segurança ligada à extrema-direita é “muito alta na Alemanha”, disse o ministro Horst Seehofer, numa conferência de imprensa hoje realizada em Berlim.

Vamos reforçar a vigilância de lugares sensíveis, em particular de mesquitas”, bem como de aeroportos, disse.

O anúncio foi feito depois de dois tiroteios registados na noite de quarta-feira em Hanau, que provocaram a morte de nove pessoas.

Os tiroteios ocorreram em dois bares de fumadores de cachimbo de água (shisha), o primeiro no centro de Hanau – a cerca de 20 quilómetros de Frankfurt -, e o outro numa zona próxima da cidade.

O suspeito fugiu, mas foi encontrado, na mesma noite, morto na sua casa, ao lado do corpo da sua mãe, de 72 anos, segundo o ministro do interior do estado de Hesse, Peter Beuth.

Tanto o suspeito como a mãe tinham ferimentos de balas e a arma estava com o atirador.

A Procuradoria Federal alemã considerou que investigações tiveram “motivação xenófoba”, indicando que o ataque em cafés frequentados por cidadãos do Médio Oriente pode ter sido levado a cabo por um extremista de direita.

Entretanto, a ministra da Justiça, Christine Lambrecht, prometeu que o Governo “vai examinar cuidadosamente” como é que “extremistas” têm acesso legal a posse de armas, como foi o caso do agressor de Hanau.

Para a ministra, a violência da extrema-direita representa atualmente “o principal perigo” para a democracia alemã, não apenas pela quantidade de suspeitos, mas também pela “intensidade” da sua determinação.

O chefe da polícia criminal alemã, Holger Münch, alertou, no entanto, para a dificuldade que é detetar atacantes que agem sozinhos, como parece ter sido o caso de Tobias R. – o responsável pelos tiroteios de Hanau, ou do homem que matou duas pessoas em outubro passado, em Halle, depois de tentar atacar uma sinagoga.

Cerca de metade” das pessoas que passam das teorias aos atos violentos “não são reconhecidas pela polícia”, disse.

A Alemanha aprovou, na quarta-feira em Conselho de Ministros, um reforço ao controlo de armas e à deteção de ameaças da extrema-direita na Internet, adotando ainda sanções mais duras para estes casos.

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