Tropas do Senegal entram na Gâmbia para afastar antigo presidente - TVI

Tropas do Senegal entram na Gâmbia para afastar antigo presidente

  • Redação
  • PD (Atualizada às 19:00)
  • 19 jan 2017, 16:25
Gâmbia - Yahya Jammeh (presidente derrotado)/  Adama Barrow (presidente eleito)

Com luz verde das Nações Unidas, o exército senegalês entrou na vizinha Gâmbia, cujo novo presidente já assumiu o cargo na embaixada do país no Senegal. Só falta que o ex-chefe de Estado, derrotado nas eleições, abandone o poder

Por unanimidade, os 15 membros do Conselho de Segurança aprovaram uma resolução dando cobertura aos países da CEDEAO, a Comunidade dos Países da África Ocidental, para intervir na Gâmbia.

Apoio total à CEDEAO nos seus compromissos para assegurar, primeiro, através de meios políticos, o respeito pela vontade do povo da Gâmbia, expresso nos resultados das eleições de 1 de dezembro", refere a resolução das Nações Unidas.

Desde a meia-noite desta quinta-feira que o Senegal, onde a Gâmbia constitui um enclave, tinha tropas estacionadas na fronteira do pequeno país. Prontas a intervir de forma a afastar o presidente derrotado nas eleições de dezembro.

Já entrámos na Gâmbia", foi a mensagem enviada à agência noticiosa Reuters por um porta-voz do exército senegalês.

O propósito da intervenção militar dos países da CEDEAO é o de afastar do poder Yahya Jammeh, de 51 anos, que se tornou presidente do pequeno país de língua inglesa através de um golpe militar em 1994.

Após as eleições de 1 de dezembro, tem-se recusado a abandonar o cargo. Não reconhece a derrota eleitoral e recorreu até para o Supremo Tribunal do país. Que entretanto considerou não ter competências para esse tipo de avaliação.

Empossado fora de portas

Eleito em dezembro, Adama Barrow é o novo presidente do país. Refugiou-se no vizinho Senegal, a potência regional de língua francesa, que tem fronteira a sul com a Guiné-Bissau, à espera que os esforços diplomáticos levados a cabo nas últimas semanas convencessem Yahya Jammeh a deixar o poder.

Face à irredutibilidade do presidente derrotado, que não se deixou convencer pelas várias missões de países da CEDEAO, o eleito Adama Barrow preferiu jurar a Constituição do país e assumir o cargo na embaixada da Gâmbia no Senegal.

Barrow à espera

Adama Barrow, de 51 anos, tornou-se assim o novo presidente da Gâmbia. Espera agora ter condições para voltar à capital, Banjul.

Além do Senegal, cujo território envolve o pequeno país, com o qual criou uma confederação - a Senegâmbia - nos anos 80 do século passado, também o Gana, Mali, Togo e Nigéria colocaram tropas prontas para uma intervenção militar, sob a égide da CEDEAO.

 

Com o agudizar da situação, vários países estão a alertar os seus cidadãos para evitarem viajar ou permanecer na Gâmbia. Sobretudo, na sua capital, Banjul.

A probabilidade de uma intervenção militar e de perturbação é elevada e pode levar ao encerramento do aeroporto internacional de Banjul a curto prazo", salienta a página na internet do ministério britânico dos Negócios Estrangeiros.

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