Ícone do feminismo e da sexualidade feminina Shere Hite morre aos 77 anos - TVI

Ícone do feminismo e da sexualidade feminina Shere Hite morre aos 77 anos

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  • 11 set 2020, 17:06
Shere Hite

Foi responsável por um relatório sobre a sexualidade feminina que está publicado em Portugal

A pioneira do feminismo Shere Hite, conhecida pelo seu trabalho de investigação sobre a sexualidade feminina, que deu origem ao revolucionário “Relatório Hite”, morreu na quarta-feira, aos 77 anos, em Londres, informou esta sexta-feira a sua editora em Portugal.

O 'Relatório Hite', um profundo estudo sobre a sexualidade feminina”, reeditado em Portugal pela Bertrand em 2019, atribui, desde o final dos anos 1970, importância ao papel da mulher nas relações sexuais.

Este estudo baseou-se em testemunhos de 3.500 mulheres, que desafiaram os pressupostos masculinos sobre o sexo, revelando que muitas mulheres não eram estimuladas pela penetração sexual, além de ter encorajado as mulheres a assumirem o controlo das suas vidas sexuais.

Para responder às questões com que as mulheres se confrontam quando lidam com os detalhes mais íntimos da sua sexualidade, a inovação que Hite introduziu foi simples: perguntou tudo às mulheres e publicou as respostas.

Considerado polémico, o relatório de Shere Hite foi rejeitado por alguns como sendo um documento “anti-homem” e foi apelidado de “Relatório de ódio” pela Playboy.

O livro já vendeu mais de 50 milhões de cópias em todo o mundo desde a sua publicação em 1976, sendo hoje “incontestável a importância que a obra de Shere Hite teve no alargamento do debate sobre o feminismo e sobre a saúde e bem-estar da mulher”, destaca a Bertrand, que edita Shere Hite em Portugal.

Pela primeira vez, as mulheres falaram de sexo sem tabus, e o que tinham para dizer ainda hoje é inovador e contribui para a discussão pública e o alargamento do debate sobre o feminismo e bem-estar da mulher.

Em 2019, em algumas entrevistas à comunicação social, a autora revelou que mantinha a sua postura intacta, afirmando que “enquanto não houver igualdade no quarto, ela não existirá na sala de reuniões”.

A autora, de origem alemã e norte-americana, tinha sido diagnosticada com Alzheimer e Parkinson há vários anos.

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