Shamina radicalizou-se e arrependeu-se, mas ficou sem cidadania e é alvo de ameaças de morte - TVI

Shamina radicalizou-se e arrependeu-se, mas ficou sem cidadania e é alvo de ameaças de morte

  • VC
  • 1 mar 2019, 16:09
Governo britânico retira nacionalidade a jovem que integrou Estado Islâmico

A jovem de 19 anos fugiu há quatro do Reino Unido e queria agora voltar a casa, mas autoridades revogaram-lhe o passaporte. Vivia até aqui num campo de refugiados na Síria, onde foi alvo de ameaças, tal como o filho bebé. Teve de ir para outro lugar

O arrependimento não valeu de nada a Shamina Begum, que deixou o Reino Unido há quatro anos, ainda era menor de idade, para se aliar ao Estado Islâmico. Não só o país não quis voltar a recebê-la como lhe retirou, inclusive, o direito à cidadania, como a vida que levava até aqui num campo de refgiados, no nordeste da Síria, foi tudo menos tranquila. A jovem de 19 anos e o seu bebé foram retirados do campo de Al-Hol por terem sido ameaçados de morte.

O advogado da sua família, Tasnime Akunjee, é que fez saber que Shamina e o filho foram retirados por "preocupações em torno da sua segurança" por terem sido alvo de ameaças de morte "de pessoas dentro do campo", indicou, citado pelo jornal britânico The Independent

A jovem, cujo desejo é mesmo voltar para casa, mas foi transferida para um outro campo de refugiados mais próximo da fronteira com o Iraque.

As autoridades britânicas têm descartado qualquer possibilidade de extraditar Shamina e o bebé. O seu passaporte foi revogado precisamente para impedir o seu regresso.

Já a família tem insistido nos apelos para que lhe seja dada uma segunda oportunidade, assumindo que deve ser julgada se tiver sido infringida a lei por ter viajado para a Síria.

Begum fugiu com duas amigas adolescentes em 2015, quando só tinha 15 anos. Disse ter casado com um holandês convertido ao Islão, na Síria, de quem engravidou duas vezes mas sem sucesso.

No início de fevereiro, o jornal Sunday Times publicou uma entrevista com a jovem, agora com 19 anos, onde declarava o desejo de voltar a casa para cuidar do bebé, que nasceu entretanto. "Nunca fiz nada perigoso. Nunca fiz propaganda", garantiu nessa entrevista. Também reconheceu, por outro lado, que voi "uma cabeça decapitada dentro de um bidão" e não lhe fez "diferença nenhuma".

No campo de refugiados de onde saiu agora, vivia com centenas de outras mulheres e filhos de combatentes deslocadas do território entretanto recuperado ao grupo jihadista.

O caso de Shamina reavivou o debate no Reino Unido sobre como lidar com os cidadãos britânicos que se juntaram ao Estado Islâmico, mas que querem regressar ao país.

A 18 de fevereiro, o ministro do Interior, Sajid Javid, disse no parlamento que se estima em cerca de 900 cidadãos britânicos que terão viajado para se envolver nos conflitos no Iraque e Síria. E também disse que, "muito simplesmente, se alguém apoia o terrorismo, deve sofrer as consequências".

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