Guerra contra Estado Islâmico será de "longa duração" - TVI

Guerra contra Estado Islâmico será de "longa duração"

  • Pedro Bello Moraes
  • 2 jun 2015, 17:11
MNE da coligação contra Estado Islâmico em Paris

O ministro dos Negócios Estrangeiros de França fala em guerra de longa duração contra jihadistas. Mensagem de Laurent Fabius deixada na conclusão da cimeira que reuniu em Paris os parceiros da coligação internacional que combate os islamistas no Iraque e na Síria

São mais de 60 contra um e assim será durante muito, muito, muito tempo.

O muito, muitas vezes repetido não é gralha, é propositado para melhor ilustrar o diagnóstico de Laurent Fabius, ministro dos Negócios Estrangeiros de França, ao curso da guerra contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

"Reafirmamos a nossa unidade e determinação em combater o Estado Islâmico, mas reconhecemos que será um combate de longa duração."

Fabius disse-o tendo na frente um batalhão de fotógrafos e estando ladeado, à direita, pelo sub-Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e à esquerda, por Haider al-Abadi, primeiro-ministro do Iraque, que minutos antes deixara o aviso:

"Há muitas palavras, mas poucas ações."

Agora, sendo o local e a ocasião os mesmos que os do seu anfitrião, al-Abadi aproveitou os flashes e as curiosidades jornalísticas, na esmagadora maioria ocidentais, para dramatizar necessidades e carências do Iraque, insistindo nos problemas do país para conseguir armas e munições para lutar contra os islamistas. 

As declarações fazem parte das conclusões da cimeira que esta terça-feira juntou em Paris os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países que formam a coligação internacional que combate os militantes do auto-proclamado califado islâmico do Iraque e da Síria.

Apesar da enorme ambição do auto-denominado califa Abu Bakr al-Baghdadi é no Iraque e na Síria que a expansão do Estado Islâmico tem sido efectiva nos últimos meses. Prova-o a relevante vitória conquistada há duas semanas quando no dia 17 de maio tomou o controlo de Ramadi, cidade, que além de ser a capital da província de Anbar, está situada apenas 90 quilómetros a oeste de Bagdad. 

Avanço conseguido depois de um ano de quase 4 mil bombardeamentos aéreos lançados pela coligação internacional liderada pelos Estados Unidos da América, e que integra mais de 60 países, com destaque para as nações árabes como Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Jordânia. 

Uma força que deverá começar, também, a agir dentro de portas. É para isso que parece alertar Haider al-Abadi quando confessa preocupações com o crescente número de combatentes estrangeiros nas fileiras do Estado Islâmico e que, segundo contas de al-Abadi, são já 60% da força jihadista. 

"Devemos ter uma explicação para o facto de tantos terroristas saírem da Arábia Saudita, do Egito, da Síria, da Turquia e de países europeus."  Avisou o primeiro-ministro do Iraque.  

Mas se Haider al-Abadi faz avisos também leva recados como o recentemente dado por Ashton Carter, secretário de Defesa dos EUA. Sete dias passados sobre a queda de Ramadi à mãos do Estado islâmico, o responsável pelo Pentágono ​não poupava nas críticas às forças iraquianas.

"Não mostraram vontade de combater."

Se foi assim e assim continuar a ser, então, sem dúvida, como alerta Laurent Fabius, a guerra ao Estado Islâmico será de longa duração.   

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