Moscovo anunciou, esta segunda-feira, que irá fazer uma pausa nos bombardeamentos em Alepo, na Síria, para permitir o acesso da ajuda humanitária à cidade.
Na quinta-feira a ofensiva russa sobre Alepo vai parar entre as 8:00 locais (5:00 em Portugal continental) e as 16:00.
“Neste período, a força aérea russa e os militares do Governo sírio vão parar os ataques aéreos”, disse Sergei Rudskoy, mas acrescentou que o combate irá prosseguir com recurso a outro tipo de armamento, nomeadamente combates terrestres.
O ministro da Defesa de Vladimir Putin esclareceu que esta intenção de suspender os bombardeamentos irá permitir que os civis e rebeles que ainda estão em Alepo possam abandonar a cidade.
Nesta segunda-feira surgiram novos relatos de vítimas civis dos ataques aéreos. Pelo menos oito crianças e duas mulheres perderam a vida nas últimas 24 horas.
O governante ainda acrescentou que a Rússia tem vindo a realizar esforços para encontrar uma solução para Alepo, mas “chegar a um acordo sobre todas as questões pode levar muito tempo”.
Por isso, tomámos a decisão de não perder tempo e introduzir pausas humanitárias, principalmente para criar livre passagem para que civis possam ser evacuados assim como doentes e feridos”, disse.
Condenação internacional do envolvimento russo
O apoio russo a Bashar al-Assad tem colecionado críticas em todo o mundo. A comunidade internacional fala em crimes de guerra e condena a participação e cumplicidade de Vladimir Putin.
O conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia classificou o envolvimento da Rússia com as forças de al-Assad como crime de guerra.
"O ataque deliberado a hospitais, pessoal médico, escolas e infraestruturas essenciais, bem como o uso de bombas de barril, bombas de fragmentação e armas químicas, constituem uma escalada catastrófica do conflito e podem constituir crimes de guerra", referiu o conselho europeu.
Moscovo reagiu e desvalorizou as acusações. Para Putin as alegações da comunidade internacional não passam de “retórica” que não considera a realidade que se vive na Síria.