Laga não esperou pela chegada dos cães de resgate, que foram fundamentais na busca de pessoas desaparecidas após o teramoto da passada quarta-feira em Itália.
Em Amatrice, Laga indicou ao seu dono, o enfermeiro Carlo Grossi de 56 anos, o local onde estavam soterrados, a mulher e os dois filhos. E foi o próprio cão que começou furiosamente a escavar.
Tirei dos escombros a minha mulher, ferida mas viva. De seguida, cavando com as mãos e coma ajuda do meu cão encontrei a minha filha Anna, de 21 anos, e meu filho Franco, de 23 anos. Mas para eles não havia nada a fazer", relata o enfermeiro ao jornal La Stampa.
E foi nessa grande tragédia pessoal, parte integrante de toda a outra derivada do brutal sismo que atingiu Itália, que Carlo recorda o afeto do seu animal.
Laga latia e cavava. E então começou mesmo a chorar", lembra.
Da casa onde vivia, em Amatrice, no número 56 da Via Madonna della Porta, restam os escombros.
É um monte de entulho", diz Carlo Grossi.
Infermiere: “Il mio cane ha scavato con me per cercare i miei figli sepolti” @fulviocerutti https://t.co/TE2TeyXu4O pic.twitter.com/sfvHWz2Rfy
— La Zampa (@lazampa) 27 de agosto de 2016
Um cão e um funeral
Andrea Cossu tinha 45 anos. Vivia em Pescara del Tronto e tinha duas paixões: o tiro desportivo e o seu cocker spaniel. Morreu, vítima do brutal terramoto que abalou Itália na passada quarta-feira, vitimando, pelo menos, 290 pessoas. No funeral, o mundo ficou comovido pelo afeto do seu cão, que se prostrou rente ao caixão.
Eles eram inseparáveis", contaram os parentes de Andrea, presentes no funeral realizado em Pomezia, segundo relata o jornal La Stampa.
Pomezia, il saluto del cane al suo amato proprietario morto nel terremoto @fulviocerutti https://t.co/Dn0BYxFvG6 pic.twitter.com/dKe9PThCeC
— La Zampa (@lazampa) 27 de agosto de 2016
As imagens do afeto do animal correram mundo, numa altura de dor, em que se descobrem outros casos de igual dedicação.
Kid não deixa Pescara
Em Pescara del Tronto, muitos eram e são os que conhecem Kid. É um rafeiro que vivia em muito da boa vontade de todos e em especial dos habitantes de uma casa, destruída, que já não tem ninguém.
Kid não come, mesmo após os bombeiros lhe terem dado ração e água.
Pescara del Tronto, il cane randagio che non vuole abbandonare la sua casa @fulviocerutti https://t.co/3r14J0ZPkq pic.twitter.com/4whnCShWkk
— La Zampa (@lazampa) 28 de agosto de 2016
Lambidela salvadora
Massimo Polizzotto tem 43 anos. É italiano, vive na Suíça e estava em Giulianova, em visita aos pais, na madrugada do terramoto. Acordou antes dos sismo, devido ao seu cão, que, diz o próprio, o salvou.
Às 3:30 de quarta-feira, o meu cão saltou sobre a cama e lambeu o meu rosto, pouco antes do terramoto. Fez-me levantar", recorda Massimo, falando ao jornal La Stampa.
“Il mio cane mi ha svegliato e mi ha avvertito dell’arrivo del terremoto” @fulviocerutti https://t.co/jYUV4x1fQN pic.twitter.com/RufhKtvDxd
— La Zampa (@lazampa) 28 de agosto de 2016
Pouco depois, a casa começou a tremer. O italiano e os seus estavam alertados e sobreviveram. Muitos outros não tiveram a mesma sorte...