Itália: cientistas acusados por não terem previsto terramoto - TVI

Itália: cientistas acusados por não terem previsto terramoto

Grupo não alertou população para o risco de terramoto e é acusado por «fornecer informação contraditória, incompleta e imprecisa»

Relacionados
Um grupo de cientistas italianos está a ser acusado por ter falhado a previsão do terramoto de Áquila, em Itália, que ocorreu a 6 de Abril de 2009.

O julgamento teve início esta terça-feira e os cientistas são julgados por responsabilidade sobre o terramoto que provocou mais de 300 mortos, noticia a BBC.

Os arguidos reuniram-se seis dias antes da catástrofe para calcular os riscos da cidade após centenas de tremores menores terem atingido a região e concluíram que não havia risco de um terramoto maior.

A procuradoria acusa o grupo e afirma que os residentes da cidade universitária na região montanhosa de Abruzzo deveriam ter sido avisados e a cidade podia ter sido evacuada.

A acusação sustenta que os cientistas são suspeitos de «fornecer um julgamento genérico e ineficiente da actividade sísmica, assim como informação contraditória, incompleta e imprecisa».

Cerca de 120 mil pessoas foram afectadas pelo terramoto que matou cerca de 300 pessoas e destruiu o centro histórico medieval da cidade. As vítimas pedem agora uma indemnização de 50 milhões de euros

Julgamento alvo de críticas

O julgamento está, porém, a ser alvo de críticas por parte da comunidade científica, que, em carta aberta ao presidente do país, Giorgio Napoliyano, afirma que o grupo enfrenta acusações criminais por não prever terramotos.

O grupo de cientistas protesta e indica que as autoridades deveriam concentrar-se na protecção contra esses fenómenos, em vez de perseguir os profissionais.

O advogado de um dos cientistas acusados, Marcello Milandri, confessou ser possível a acusação do seu cliente.

«Temo que, como um terramoto, nada neste caso seja previsível. Não podemos esquecer que este julgamento acontece em Áquila, onde toda a população foi pessoalmente afectada e espera uma sentença que não deveria acontecer, mas pode ocorrer», confessou.
Continue a ler esta notícia

Relacionados