Japão: 170 mil pessoas evacuadas por causa de fuga radioactiva - TVI

Japão: 170 mil pessoas evacuadas por causa de fuga radioactiva

Explosão na central nuclear de Fukushima pode piorar. Nas primeiras horas deste domingo, há notícia de um segundo reactor nuclear com problemas no sistema de refrigeração. Número de mortos do sismo seguido de tsunami pode chegar aos 1800 - estimativas quase duplicaram de um dia para o outro

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Última actualização às 00:46

O cenário é apocalíptico e o rasto de destruição passadas mais de 24 horas após o trágico sismo que sacudiu o Japão revela-se ainda muito preocupante, pois a fuga radiotiva que se seguiu à explosão desta manhã na central nuclear de Fukushima pode atingir proporções dramáticas.

Este sábado, 170 mil pessoas foram evacuadas da zona de Fukushima, onde se encontra a central nuclear, segundo números divulgados pela Agência de Energia Atómica das Nações Unidas (IAEA).

Estamos perante o pior acidente nuclear desde Chernobil, em 1986, que teve consequências devastadoras. Numa escala de 1 a 7, Chernobil atingiu o nível 7, enquanto a explosão de Fukushima ocorrida no sábado teve grau 4.

Entretanto, a estimativa de mortos do sismo e tsunami praticamente duplicou de um dia para o outro, com as autoridades a apontarem agora para 1800 mortos.

Os números da tragédia são assustadores. Na cidade de Minamisanriku, 10 mil pessoas estão incomunicáveis - o que representa metade das população. Estarão mortos? Ninguém sabe ainda dizer.

Além disso, as 50 mil pessoas que integram equipas de resgate e socorro no terreno ainda só conseguiram encontrar três mil pessoas com vida, refere a agência Kyodo.

Situação complicou-se na central nuclear

Depois da explosão de sábado num dos reactores da central nuclear, agora as atenções voltam-se este domingo para um segundo reactor na mesma central nuclear cujo sistema de refrigeração parou.

Segundo a Agência de Segurança Nuclear do Japão, a explosão de sábado ocorreu às 16h00 locais (7h00 em Lisboa) e quatro empregados da central que ficaram feridos.



A televisão nipónica mostrou imagens de uma nuvem de fumo branco por cima da central nuclear e anunciou que o nível de radioactividade estava 20 vezes superior ao normal.



A pressão dentro no reactor número um da central nuclear de Fukushima-Daiichi esteve na origem do problema. Este começou a aumentar depois do sistema de arrefecimento da central ter sido danificado com o sismo - exactamente o mesmo cenário que agora afecta um segundo reactor, refere a BBC. A empresa não conseguiu reduzir a pressão o suficiente para evitar a explosão, apesar de ter libertado vapor radioactivo. A explosão acabou por destruir o tecto daquele que é o reactor principal.



Esta situação levou as autoridades a retirarem inicialmente de suas casas os habitantes num raio de três quilómetros ao redor da central, mas este perímetro foi alargado primeiro para dez e depois para 20 quilómetros.


Reactor principal em risco de colapso

Uma fonte da Agência de Segurança Nuclear e Industrial disse à CNN que o reactor que sofreu a explosão pode estar em vias de colapso. Toshihiro Bannai, director da agência para os assuntos externos, confirmou esse cenário: "Existe a possibilidade, nós vemos a possibilidade de colapso. Nesta fase, ainda não confirmamos que haja um colapso, mas essa possibilidade existe".

Toshihiro Bannai referiu ainda que os engenheiros não têm conseguido aproximar-se o suficiente para avaliar correctamente o que se está a passar no reactor. No entanto, os resultados das medições de radioactividade apontam para níveis elevados, mas cujos valores, não foram divulgados.

Os funcionários têm injectado água do mar e boro (um químico) na tentativa de conseguirem refrigerar o combustível nuclear do reactor. "Nós ainda temos esperança de conseguir resolver isto", disse.
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