Áustria negoceia um milhão de doses da vacina russa à "revelia" da Europa - TVI

Áustria negoceia um milhão de doses da vacina russa à "revelia" da Europa

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  • 30 mar 2021, 15:49
Sputnik V

Chanceler austríaco avisa a Agência Europeia de Medicamentos, que ainda não aprovou a Sputnik V, que "não devem existir talas geopolíticas"

A Áustria anunciou hoje negociações com a Rússia para receber em breve um milhão de doses da vacina Sputnik V contra a covid-19, atualmente a ser avaliada pelo regulador europeu.

“O objetivo das negociações iniciadas a 26 de fevereiro é a compra” de doses que permitirão “vacinar 500.000 pessoas a partir de abril”, indicou à agência France-Presse o gabinete do chanceler Sebastian Kurz.

Foi falada a entrega de “300.000 doses em abril, de 500.000 em maio e de 200.000 no início de junho”, precisou.

Segundo a mesma fonte, “já foi assinado um acordo de sigilo para a partilha de documentos confidenciais”.

“Se a Áustria receber mais um milhão de doses de vacinas, podemos voltar à normalidade mais rápido, salvar numerosas vidas e também empregos”, declarou Kurz, citado num comunicado do governo.

Os ocidentais acusam Moscovo de utilizar a sua vacina como um instrumento de influência geopolítica, acusações rejeitadas pela Rússia.

Face à lentidão da vacinação na União Europeia, Viena começou, como a Eslováquia e a República Checa, a negociar diretamente a entrega de lotes alternativos, em complemento aos encomendados pela Comissão Europeia.

“Não devem existir talas geopolíticas. A única coisa que deveria importar é se a vacina é eficaz e segura”, insistiu Kurz, sobre o facto da Sputnik ainda não ter sido aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

A Hungria é atualmente o único membro da UE a administrar aquela vacina, autorizada em 57 países segundo o fundo soberano russo RDIF. Mas Moscovo só exportou até agora quantidades reduzidas da vacina, porque não é capaz de produzir o suficiente e tem como prioridade a população russa.

As vendas têm sido largamente publicitadas e a Rússia procura diversificar as suas fontes de produção, multiplicando os acordos com empresas estrangeiras.

Além da possibilidade de entregas, Sebastian Kurz discutiu no final de fevereiro com o Presidente russo, Vladimir Putin, uma eventual “produção conjunta”.

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