Condenada à morte por assassinar marido enquanto era violada - TVI

Condenada à morte por assassinar marido enquanto era violada

  • AFO
  • 11 mai 2018, 11:37
Justice for Naura

Noura Hussein, de 19 anos, foi entregue às autoridades pelos pais

Noura Hussein foi condenada à pena de morte por ter esfaqueado fatalmente o marido, enquanto estava a ser violada.

No Sudão é legal casar a partir dos 10 anos assim como ser violada pelo marido e é algo que acontece a Noura desde que casou aos 15 anos. 

A jovem sudanesa foi obrigada a casar aos 15 anos, mas nunca escondeu a insatisfação e fugiu para casa de um tio, onde esteve durante três anos. Posteriormente foi enganada pelo pai, que a entregou de novo à família do marido. 

No regresso, Noura Hussein rejeitou relações sexuais, mas os familiares do marido seguraram-na para o marido a violar. 

O irmão e os primos dele tentaram demovê-la e quando ela recusou foi esbofeteada e ordenada a ir para o quarto. Um segurou o pescoço e a cabeça, os outros seguraram as pernas", disse Adil Mohamed Al-Imam, um dos advogados de Noura. 

Um dia depois o marido tentou violá-la outra vez e ela, então, esfaqueou-o. Depois procurou apoio nos pais, mas estes entregaram-na à polícia. 

A violação conjugal acontece regularmente no Sudão e as pessoas não falam sobre isso", disse o investigador da Amnestia Internacional do Sudão, Ahmed Elzobier. 

A sentença de pena de morte foi ouvida na quinta-feira, onde os apoaintes de Hussein encheram a sala e corredor do tribunal em Omdurman.  A família do marido recusou a opção de perdão e compensação financeira, dizendo que só a execução seria justa. 

A equipa legal tem 15 dias para recorrer da decisão do tribunal.  "Ela ainda está em choque com a sentença", disse Adil Mohamed Al-Imam, citado pela CNN. 

Al-Imam doou os seus serviços depois do primeiro advogado de Noura ter desistido do caso. 

O caso já chegou às redes sociais com as hastags #JusticeforNoura e #SaveNoura e há já uma petição a circular. 

Shahd Hamza, de 20 anos, fez parte do grupo que esteve no tribunal e espera que este caso gera discusão na sociedade sudanesa. 


As pessoas afastam-se destas conversas no Sudão, é um tabu. Espero que agora as pessoas se sintam confortáveis para falar sobre isto com os seus pais e avós.", disse Shahd. 

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