Vários dirigentes da FIFA detidos por corrupção - TVI

Vários dirigentes da FIFA detidos por corrupção

  • Redação
  • EC - Notícia atualizada às 19:48
  • 27 mai 2015, 07:27

Operação foi levada a cabo pela polícia suíça, nas primeiras horas do dia, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes. Já foram detidos sete representantes da FIFA, suspeitos de receberem subornos de milhões de euros. Foram emitidos 14 mandados de captura no total e seis pessoas ligadas ao processo já admitiram culpa. A Comissão de Ética baniu entretanto, de forma provisória, 11 dirigentes acusados. Joseph Blatter vê um lado positivo na operação

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A Comissão de Ética Independente da FIFA baniu, esta quarta-feira, provisoriamente, 11 dirigentes acusados por corrupção -  Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Jack Warner, Eugenio Figueredo, Rafael Esquivel, José Maria Marin, Nicolás Leoz, Chuck Blazer e Daryll Warner - na sequência de uma investigação desencadeada pela Procuradoria-Geral dos Estados Unidos. 

Hans-Joachim Eckert, presidente do órgão, explicou que eram necessárias medidas imediatas face à gravidade da situação: «As acusações estão claramente relacionadas com futebol e são de uma natureza tão séria que era imperativo agir imediatamente. Os processos seguirão o seu curso, de acordo com o Código Ético da FIFA.»

O diretor de comunicação da FIFA, Walter de Gregorio, já veio dizer que o organismo é parte lesada na investigação das autoridades suíças e norte-americanas que levou esta madrugada à detenção de vários dirigentes do organismo. O mesmo responsável também garantiu que Joseph Blatter não está envolvido e que o congresso da FIFA, que na sexta-feira elege o próximo presidente, avançará como previsto.

Operação "é bem-vinda", diz Blatter


Joseph Blatter, que está há 17 anos à frente da FIFA e concorre agora a um quinto mandato reagiu já às detenções e disse que a investigação começou precisamente com uma queixa da própria FIFA. Em comunicado, Blatter disse que “o futebol, os adeptos e a FIFA enquanto organização” vivem um “tempo difícil”.

“Compreendemos o desapontamento que muitos expressaram e sei que os acontecimentos vão ter impacto na forma como as pessoas nos vêem”, disse.


Blatter garantiu que a ação das autoridades norte-americanas e suíças “é bem-vinda”: “Acreditamos que vai ajudar-nos a reforçar as medidas que a FIFA já tomou para erradicar as más condutas do futebol”.
 

Detidos de madrugada em hotel de luxo


Vários dirigentes da FIFA foram detidos, na madrugada desta quarta-feira na Suíça, a pedido da Justiça norte-americana que solicitou a sua extradição para que sejam julgados por corrupção, avançou o jornal The New York Times.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, no total já foram indiciados nove representantes oficiais, sete dos quais já foram detidos, suspeitos de receberem subornos de milhões de euros. Foram emitidos 14 mandados de captura no total, e seis pessoas ligadas ao processo já admitiram culpa, segundo a mesma fonte.

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A operação foi levada a cabo pela polícia suíça, nas primeiras horas do dia, no luxuoso hotel Baur au Lac, nos Alpes, onde os dirigentes se reuniam para o seu encontro anual. Após pedirem as chaves na receção, os agentes dirigiram-se aos quartos para realizar as detenções.

Segundo a "Press Association", o porta-voz da FIFA já garantiu que o presidente do orgão, Sepp Blatter, não está envolvido nas detenções, mas confirmou que os vice-presidentes Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão, e Eugenio Figueredo, presidente da Conmebol, estão entre os visados.

Entre os representantes da FIFA detidos pela polícia, diz a BBC, estão Eduardo Li, presidente da Federação de futebol da Costa Rica, e Jose Maria Marin, membro do comité de clubes da FIFA.

O "New York Times" acrescenta que os outros suspeitos são: Jack Warner, Julio Rocha, Costas Takkas, Rafael Esquivel e Nicolás Leoz. Os outros indiciados serão os executivos de marketing Alejandro Burzaco, Aaron Davidson, Hugo Jinkis e Mariano Jinkis. As autoridades deverão acusar, também, José Margulies, que terá sido intermediário nos pagamentos.

Jeffrey Webb (fila de cima, à esquerda), Jose Maria Marin (fila de cima, no meio), Eduardo Li (fila de cima, à direita) e Eugenio Figueredo (fila do meio, à esquerda), Jack Warner (fila do meio, no meio), Julio Rocha (fila do meio, à direita), Rafael Esquivel (fila de baixo, à esquerda), Nicolás Leoz (fila de baixo, no meio) e Costas Takkas (sem foto)



Outros 10 representantes igualmente estão na mira das autoridades, mas não estavam em Zurique, onde vão decorrer as eleições para a presidência do organismo do futebol, que serão disputadas por Blatter e o príncipe da Jordânia, Ali Bin Al Hussein, na sexta-feira.

Em causa estarão suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas, envolvendo os concursos dos Mundiais de futebol, negócios de marketing e transmissão de jogos. 

"O Ministério Público do distrito este de Nova Iorque está a investigar estes indivíduos por suspeitas de terem aceitado subornos e contrapartidas entre o início dos anos 90 e hoje", lê-se no comunicado divulgado pela polícia suíça, a que a Reuters teve acesso.

“Os suspeitos – representantes de media desportivos e empresas de promoção do desporto – estão alegadamente envolvidos em esquemas de pagamentos a vários funcionários – delegados da FIFA e outros funcionários de sub-organizações da FIFA – que chegam aos 100 milhões de dólares (91 milhões de euros)".

Os detidos são suspeitos de crimes como extorsão, lavagem de dinheiro, fraude e duas décadas de má administração do organismo do futebol.

Entretanto, a Procuradoria-Geral da Suíça decidiu abrir um processo em paralelo para investigar a atribuição dos mundiais de futebol de 2018 e 2022.

Em comunicado, a Procuradoria-Geral da Suíça informou que a investigação decorre desde 10 de março, e que já foram feitas buscas ao edifício da FIFA, tendo sido apreendidos documentos, e que 10 pessoas envolvidas na votação dos dois mundiais, e que estavam no comité de votos em 2010, vão ser questionadas. As autoridades suspeitam que tenha existido lavagem de dinheiro através de bancos suíços.

Contas bancárias dos suspeitos em vários bancos suíços já foram congeladas.

No entanto, segundo a agência Reuters, o ministro do desporto da Rússia, VItaly Mutko, nega que as detenções não estão ligadas à controversa atribuição do mundial de futebol de 2018 à Rússia.
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