Uma mulher que deu à luz em dezembro de 2015 foi alvo de um raro fenómeno médico, denominado “superfetação”. Este fenómeno resulta, genericamente, na conceção de um novo feto, quando já existe outro no útero.
A australiana Kate Hill sofre de Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida por SOP, um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, e por isso sempre teve dificuldade em engravidar. Kate Hill decidiu então fazer um tratamento hormonal que a ajudassem a ser mãe. O que Kate não esperava era conceber duas vezes no espaço de dez dias.
A superfetação é extremamente rara: eu fiquei grávida e o meu corpo, voluntariamente, libertou outro óvulo que permitiu aos embriões duas idades gestacionais diferentes”, afirmou Kate Hill ao programa da televisão australiana Today Tonight.
A gestação era ainda mais improvável de acontecer, tendo em conta que a primeira gravidez era de gémeos, antes da segunda fecundação resultar numa gravidez de trigémeos. Kate Hill ovulou pela segunda vez, com dez dias de diferença, e ambas as ovulações eram decorrentes do mesmo sémen.
O que torna a conceção ainda mais extraordinária é o facto de o casal só ter tido relações sexuais apenas uma vez, ou seja, o esperma manteve-se vivo até fecundar o segundo óvulo, dez dias depois”, disse a médica obstetra que acompanhou a gravidez de Kate Hill.
O fenómeno é tão raro que apenas existem dez casos registados em todo o mundo. A probabilidade de tal ocorrer é inferior ao de ganhar a lotaria e, tal é a improbabilidade, que a médica responsável não encontrava literatura que explicasse o "milagre".
No início da gravidez, a australiana perdeu um dos bebés e, apesar do infeliz acontecimento, nasceram duas bebés saudáveis.
As filhas, Charlotte e Olivia, com 10 dias de diferença na conceção, nasceram no mesmo parto, por cesariana. As duas bebés apresentam diferenças de peso, de tamanho, de tipo de sangue e de período gestacional.