Tsipras: «Acabar com austeridade não implica quebrar compromissos» - TVI

Tsipras: «Acabar com austeridade não implica quebrar compromissos»

A sombra do presidente do Eurogrupo «cumprimenta» Alexis Tsipras em Atenas. REUTERS/Petros Giannakouris

Mas Grécia precisa de «tempo para respirar» e há «mandato claro» para cumprir, de pôr fim aos sacrifícios. Declarações do primeiro-ministro grego surgem depois dos avisos de Angela Merkel

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Acabar com a austeridade não significa quebrar os compromissos assumidos com o Fundo Monetário Internacional e com o Banco Central Europeu. O novo primeiro-ministro grego afirmou-o, este sábado, dizendo que está para breve um acordo a nível europeu. Em declarações enviadas à Bloomberg e reproduzidas por outros meios, Alexis Tsipras procurou, mais uma vez, acalmar as tensões com os credores internacionais, ao dizer que a Grécia precisa de «tempo para respirar».

«A minha obrigação de respeitar o mandato claro dado pelo povo grego sobre pôr um fim às políticas de austeridade e regressar a uma agenda de crescimento de forma alguma implica que não cumpramos as nossas obrigações de empréstimos para com o BCE ou o FMI»


Tsipras relembrou que «a deliberação com os parceiros europeus acabou de começar» e realçou que é «preciso tempo para respirar e criar um programa próprio de recuperação da médio-prazo, que, entre outras coisas, incorpore os objetivos de orçamentos primários equilibrados e reformas radicais para abordar a evasão fiscal, corrupção e as políticas de clientelismo».

«Apesar da existência de perspetivas diferentes, estou absolutamente confiante de que iremos conseguir alcançar em breve um acordo mutuamente vantajoso, para a Grécia e para a Europa como um todo». «Nenhuma das partes está à procura de conflito e nunca foi nossa intenção agir unilateralmente sobre a dívida grega»


Na quinta-feira, Tsipras pediu «tempo» para conseguir pôr em prática «reformas mais profundas» na Grécia. «Estamos dispostos a dar início a reformas mais profundas, sem austeridade, mas também sem défice», assegurou o primeiro-ministro grego, acrescentando, no entanto, que para o conseguir o país e o novo governo helénico «precisam de tempo».

Por seu lado, a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou-se contra um alívio da dívida da Grécia, como defende o novo primeiro-ministro grego, numa entrevista publicada este pelo jornal Hamburger Abendblatt. «Os bancos já cortaram a dívida da Grécia em milhares de milhões»
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No seu discurso de vitória, Alexis Tsipras anunciou, sem medos: «Anulámos a austeridade. A troika é passado»
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