Menino de sete anos em coma após ter sido atirado ao chão 27 vezes em aula de judo - TVI

Menino de sete anos em coma após ter sido atirado ao chão 27 vezes em aula de judo

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 9 mai 2021, 18:22
Judo

Médicos dizem que criança deverá permanecer em estado vegetativo mesmo se sobreviver

Um menino de sete anos está em coma após ter sido atirado ao tapete 27 vezes durante uma aula de judo, pelo professor e por um colega, até perder os sentidos, durante uma demonstração em Taiwan. 

O incidente aconteceu num dojo na região de Taichung Fengyuan durante uma sessão de treino, no dia 21 de abril.

Num vídeo tornado público é possível ver Wei Wei a ser atirado ao chão várias vezes durante a demonstração de um movimento. Apesar dos repetidos apelos da criança para que parassem, o treino só terminou quando ficou inconsciente.

Na demonstração do movimento técnico, Wei Wei queixou-se de dores na perna e na cabeça, mas o seu treinador obriga-o a levantar-se e deu ordens ao aluno mais velho para o voltar a atirar ao chão. Demasiado fraco para se levantar, o treinador afastou o aluno e levantou ele próprio o menino, atirando-o várias vezes contra o tapete até a criança começar a vomitar.

O rapaz, que duas semanas antes tinha convencido a família a ter aulas de judo, acabaria por perder os sentidos. Acabou por ser transportado para o hospital, onde os médicos confirmaram que o menino sofreu uma hemorragia cerebral e encontra-se em coma.

Os médicos admitem que é provável que a criança permaneça em estado vegetativo mesmo se sobreviver. 

A mãe de Wei Wei recorda com tristeza o dia em que tudo aconteceu.

Ainda me lembro dessa manhã em que o levei à escola. Ele virou-se para mim de disse ‘adeus mamã’. À noite, já estava assim [em coma]”, afirmou à televisão britânica BBC.

O treinador, um homem na casa dos 60 anos, foi detido por suspeitas de negligência. O homem nega qualquer irresponsabilidade. O procurador do distrito onde o caso teve lugar acabou por libertá-lo, após considerar plausível a explicação de que tudo o que aconteceu foi parte de “um treino normal”.

No entanto, após a conferência de imprensa da família de Wei Wei, as autoridades voltaram atrás e um tribunal considerou que o treinador é suspeito de ter cometido um crime grave, dando ordem para que fosse novamente detido.

Numa cultura onde os professores são vistos com grande admiração, o caso está a gerar um debate nacional sobre a forma como Taiwan trata as crianças e como estas são educadas.

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