Afeganistão: EUA intercetaram pelo menos cinco rockets disparados contra o aeroporto - TVI

Afeganistão: EUA intercetaram pelo menos cinco rockets disparados contra o aeroporto

  • Agência Lusa
  • MJC - notícia atualizada às 9:53
  • 30 ago 2021, 07:26

Um veículo civil foi usado para lançar foguetes perto do aeroporto de Cabul. Os incidentes destes últimos dias terão provocado vítimas entre os civis

As defesas antiaéreas dos Estados Unidos terão interceptado pelo menos cinco rockets que alegadamente foram disparados contra o aeroporto de Cabul esta segunda-feira, disse fonte oficial norte-americana.

De acordo com várias testemunhas e meios de comunicação locais, ouviram-se várias explosões após o lançamento de foguetes a partir de um veículo civil em Khair Khana, perto do aeroporto de Cabul.

O carro terá sido utilizado como plataforma improvisada de lançamento dos rockets. Após o lançamento, o veículo fico completamente destruído.

Uma fonte norte-americana disse à CNN que os foguetes foram lançados, muito provavelmente, pelo grupo ISIS-KA. Até agora não há informações oficiais sobre a origem do ataque, a extensão dos danos ou se houve quaisquer baixas nestes incidentes.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi informado sobre o ataque, sem que tenha sido interrompida a retirada de pessoas, disse a porta-voz da Casa Branca.

O Presidente foi informado de que as operações continuam sem interrupções" e "reiterou ordens aos comandantes para redobrarem esforços no sentido de fazerem o que for necessário para proteger as nossas forças no terreno", acrescentou Jen Psaki.

Ataque de drones americanos provoca vítimas mortais

Estes acontecimentos surgem depois de a cidade ter sido abalada por outras explosões que provocaram a morte a pelo menos seis pessoas: uma causada por um ataque norte-americano com um drone contra um veículo que transportava membros do Estado islâmico, a outra por um foguete que atingiu uma casa.

Ambos os ataques ocorreram perto do aeroporto de Cabul e acontecem numa altura de tensão crescente, após os EUA terem alertado para "ameaças credíveis" que teriam a infraestrutura como alvo, onde as tropas norte-americanas estão concentradas e onde na quinta-feira se registou um ataque que matou pelo menos 170 pessoas.

As autoridades ainda não esclareceram se os eventos estavam ligados.

No primeiro caso, os EUA deram conta que um drone tinha atingido um veículo no qual seguiam para o aeroporto membros do movimento extremista Estado Islâmico, o grupo terrorista que reivindicou a responsabilidade pelo ataque de quinta-feira.

Numa declaração posterior, referindo-se a informações sobre baixas civis alegadamente resultantes do ataque, disseram que "não ficou claro o que poderá ter acontecido" e que prossegue a investigação.

O segundo ataque de domingo ocorreu quando um foguete disparado de um local desconhecido atingiu uma casa numa área residencial, também perto do aeroporto de Cabul, causando vários mortos, sem que ninguém tivesse reivindicado o ataque.

Segundo a agência Reuters, um porta-voz dos talibãs garantiu que a intervenção americana fez pelo menos sete mortos civis:

Se havia uma potencial ameaça no Afeganistão, isso deveria ter sido reportado a nós, em vez de se fazer um ataque arbitrário que resultou em vítimas civis", disse Zabihullah Mujahid numa resposta por escrito à televisão chinesa CGTN.

Um civil, citado pela CNN, garante que há pelo menos nove vítimas mortais, todas da mesma família, incluindo quatro crianças.

Os EUA afirmam que estão a investigar estas alegações:

Sabemos que ocorreram explosões subsequentes poderosas resultantes da destruição do veículo, indicando que havia uma grande quantidade de material explosivo no seu interior, o que pode ter causado vítimas adicionais", admitiu o Pentágono, referindo-se ao ataque de drones ao veículo.

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