Covid-19: OMS alerta que jovens "não são invencíveis" nem "poupados à doença" - TVI

Covid-19: OMS alerta que jovens "não são invencíveis" nem "poupados à doença"

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  • 20 mar 2020, 18:08

Tedros Ghebreyesus afirmou que apesar de a mortalidade ser maior entre a população mais idosa, as escolhas que os jovens fazem sobre os locais em que se deslocam “podem significar a diferença entre vida e morte para outras pessoas”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje que os jovens “não são invencíveis” no que toca à pandemia de Covid-19, salientando que a doença os pode matar ou confinar ao hospital durante semanas.

Em conferência de imprensa na sede da organização, em Genebra, o diretor-geral, Tedros Ghebreyesus afirmou que apesar de a mortalidade ser maior entre a população mais idosa, as escolhas que os jovens fazem sobre os locais em que se deslocam “podem significar a diferença entre vida e morte para outras pessoas”.

A OMS salienta que “os mais novos não são poupados” à doença e que as pessoas com menos de 50 anos são “uma percentagem significativa dos infetados”.

Números atualizados hoje registam mais de 265 mil pessoas infetadas em 182 países e mais de 11.000 mortos provocados pela Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

“Cada morte é uma tragédia e uma motivação para impedir o contágio e salvar vidas”, referiu Ghebreyesus.

“Solidariedade, solidariedade, solidariedade” entre países e grupos etários diferentes é “a chave para derrotar” a doença, afirmou o responsável, destacando a “boa notícia” registada na quinta-feira na cidade onde começou a pandemia, Wuhan, na China, onde não se verificaram casos novos.

É uma demonstração de que a pandemia “pode ser revertida” que “dá esperança”, indicou.

Tedros Ghebreyesus destacou que uma das maiores preocupações da organização é o que se poderá passar em países com sistemas de saúde mais fracos e populações mais vulneráveis, onde a doença poderá provocar “enorme perda de vidas”.

Esses cenários “não são inevitáveis”, assegurou, admitindo que “todos os dias, se atingem marcas trágicas” no número de mortes e pessoas infetadas.

Manter saúde física e mental para enfrentar pandemia

Exercício, largar o tabaco e manter contacto com família e amigos são práticas essenciais para manter a saúde física e mental durante os períodos de isolamento impostos pela pandemia de Covid-19, recomendou hoje a Organização Mundial de Saúde.

O diretor geral da organização, Tedros Ghebreyesus, afirmou que “cuidar da saúde física e mental ajuda a combater a doença” no caso das pessoas infetadas e ajuda a longo prazo a lidar com as consequências de alterações radicais na vida de milhões de pessoas.

A OMS salienta que fumar aumenta o risco da severidade da doença caso se seja infetado, recomendando ainda uma “dieta saudável, limitar o consumo de álcool e bebidas açucaradas e exercício”, bastando 30 minutos por dia no caso dos adultos e uma hora para as crianças.

Onde seja possível, as pessoas devem “sair para passear, mantendo as distâncias de segurança”, defendeu.

Mesmo que não haja ginásios ou equipamentos de exercício disponíveis, “ver vídeos de exercício, por música e dançar ou subir e descer escadas” são gestos que contribuem para manter o corpo saudável, referiu.

Para quem está em regime de teletrabalho, é importante “não estar sempre sentado na mesma posição”, recomendando-se pausas de meia em meia hora.

Em termos mentais, Ghebreyesus salientou que “é normal haver ‘stress’, confusão e medo”, recomendando que se mantenha o contacto com “quem se conhece e confia”, como vizinhos, família e amigos.

“Música, livros e jogos” são outros recursos indispensáveis, apontou, recomendando que não se consumam “demasiadas notícias” quando isso for fonte de ansiedade, mas que se dedique atenção “uma ou duas vezes por dia”, pelo menos, a “fontes de informação de confiança”.

Em colaboração com as redes sociais Whatsapp e Facebook, a OMS lançou um serviço de alertas de saúde em inglês, acrescentou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.

O número de mortos no país subiu para seis.

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