Atravessou a Mongólia com o filho de 18 anos para o afastar do telemóvel - TVI

Atravessou a Mongólia com o filho de 18 anos para o afastar do telemóvel

  • JR
  • 2 jan 2020, 11:31
Jamie Clarke leva o filho à Mongólia só para o separar do smartphone

Jamie e Khobe Clarke fizeram mais de 2000 quilómetros de mota, cavalo e camelo. Uma viagem de aventura para libertar o mais novo do vício nas tecnologias

Jamie Clarke, esquiador, caminhante e alpinista, sentia que estava a perder o contacto com o filho Khobe, de 18 anos, sempre fixado no telemóvel. 

Natural de Calgary, Alberta, no Canadá, Clarke culpava-se pelo afastamento do adolescente, porque também ele usa um smartphone. 

Se existe algum tipo de vício, fomos nós (os pais) que o perpetuámos “, disse Clarke à BBC. “São dispositivos bastante úteis, mas começamos a sentir que são eles que nos controlam e não ao contrário”, explicou.

Clarke percebeu que o filho podia ter um problema quando levou a família para uma estância de esqui numa localização remota sem rede de telemóvel nem ligação wi-fi, para celebrar o 50º aniversário. 

Eu nunca tinha passado um fim de semana sem o meu telemóvel”, disse Khobe. “Foi muito estranho para mim”.

O pai reparou como o jovem ficou irritado e começou a pensar em formas de resolver o problema. Durante anos, Clarke pensara em atravessar a Mongólia de mota. Agora que o filho era mais velho, porque não fazê-lo com ele?

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Expedition Mongolia 🇲🇳 🏍 🏔

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O entusiasmo com a aventura não foi partilhado por Khobe. “Eu disse não muito rapidamente”, contou o jovem. “Mas a ideia acabou por tornar-se em algo divertido”. 

Os dois partiram para a Mongólia a 28 de julho de 2019 e, ao longo de um mês, percorreram mais de 2200 quilómetros de mota, cavalo e camelo.  

Ao início, Khobe teve de controlar a vontade de partilhar no Instagram as imagens do que via. 

Senti bastante falta do meu telemóvel o tempo todo”, afirmou. “Tu percebes o quão aborrecido tudo se torna. Quando estou aborrecido eu posso simplesmente ligar o Youtube ou o Netflix. O que é que se faz, ficamos sentados a olhar para as estrelas?”.

Mas, no final, a experiência valeu a pena, garante Khobe, sobretudo porque conseguiu melhorar a relação com o pai, enquanto cozinhavam juntos, por exemplo. Já o pai também ficou surpreendido com o facto de o filho ser mais maduro do que julgava, quando saíram das rotinas e da habitual dinâmica da relação pai-filho. 

Ajudou-me a ver o meu filho de uma nova forma. Eu via-o como um miúdo que se esquecia do casaco e não limpava a loiça”, contou. “Mas vi-o chegar-se à frente e fiquei impressionado com a fomra como ele se comportou sob pressão"

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