Atentados de Paris e de Bruxelas: o testamento do “homem do chapéu” - TVI

Atentados de Paris e de Bruxelas: o testamento do “homem do chapéu”

Mohamed Abrini

Texto de Mohamed Abrini, que teria sido apagado do computador portátil onde foi redigido, justifica os ataques na capital francesa e dá a entender que estava disposto a morrer como um mártir

Mohamed Abrini, o terrorista que não se fez explodir no aeroporto de Bruxelas, a 22 de março, também apelidado de "homem do chapéu", redigiu um "testamento" justificando os ataques na capital francesa e dando a entender que estava disposto a morrer como um mártir. O acusado no processo dos atentados de Paris e de Bruxelas apagou o documento do computador portátil onde o tinha redigido, mas as autoridades conseguiram recuperá-lo, noticia a imprensa francesa.

A descoberta vem anular a tese que Mohamed Abrini apresentou à polícia em abril, depois de ter sido capturado. Na altura, Abrini afirmou que "não queria fazer a mal a uma mosca" e que não tinha a intenção de se fazer explodir.

Mohamed Abrini ainda terá tentado eliminar as provas deste testamento, noticia a BFMTV. O texto, que teria sido apagado, estava num computador portátil encontrado na rua, num caixote do lixo, a 22 de março (o dia dos atentados de Bruxelas), no bairro de Schaerbeek, em Bruxelas, numa casa onde os terroristas responsáveis pelos ataques a Paris e a Bruxelas se esconderam e prepararam os dois ataques.

Mohamed Abrini, de 31 anos, um pequeno delinquente belga de origem marroquina do bairro de Molenbeek, foi detido a 8 de abril, em Bruxelas.

Abrini foi identificado como o "terceiro homem" do atentado de 22 de março no aeroporto da cidade, onde dois bombistas suicidas se fizeram explodir. Também se sabe que Mohamed Abrini ajudou os autores dos atentados de Paris a chegar de carro de Bruxelas.

O "testamento", um documento em Word de 2 de fevereiro de 2016, assinado com o nome de "Abou Yahya", poderá ser uma carta de Mohamed Abrini para a mãe, indica o relatório enviado à juíza de instrução que investiga o caso.

A carta, escrita em maiúsculas e cheia de erros de ortografia, demonstra, de acordo com as autoridades, que Mohamed Abrini esteve na Síria. Nela, Abrini aprova os atentados de 13 de novembro de 2015, em Paris, e qualifica de "herói" quem se faz explodir para "aterrorizar os infiéis".

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