«A estupidez não vai ganhar», defende Pelloux, acrescentando ainda que os membros da redação que sobreviveram ao ataque irão encontrar-se muito em breve para preparar essa edição que irá para as bancas, como previsto, na próxima quarta-feira. Foram desbloqueados 500 mil euros para que o jornal satírico tenha condições de continuar a viver, dinheiro de editores de imprensa, bem como do Google.
500 000 € débloqués par les éditeurs de presse (avec Google) pour que Charlie Hebdo continue à vivre http://t.co/0eD1m0Vlnb via @LesEchos
— Jean-Michel DeMarchi (@JM_De_Marchi) 8 janeiro 2015
Com uma tiragem habitual de 60 mil exemplares, a próxima edição será bem maior: um milhão de «CHarlie Hebdo», avaçou o advogado Richard Malka, citado pelo jornal «Le Figaro». Será um número com oito páginas, em vez das 16 que costumavam compor o jornal satírico. Este próximo exemplar terá a ajuda dos jornalistas do Canal+ e do «Le Monde» e a equipa será abrigada pelo «Libération».
Na entrevista que deu esta quinta-feira à estação de televisão iTelé, Patrick Pelloux mostrou-se bastante emocionado com a morte dos colegas.
Ele poderia ter sido também uma das vítimas, já que não participou naquela reunião porque teve outro compromisso à mesma hora.
«Por volta das 11:30, o meu telefone tocou». Jean-Luc, um designer gráfico, pedia para que ele fosse depressa para a redação, que «eles tinham disparado».
«Pensei que era uma brincadeira».
Patrick Pelloux pensava que os amigos tinham terminado a reunião mais cedo e queriam ir beber um «shot».
A realidade era outra.
Eles quereriam que continuasse. «Não vamos parar», disse.
Horas após o massacre, o site do jornal satírico mostrava uma imagem que já se tinha tornado viral nas redes sociais: «JeSuisCharlie». No único link da página na Internet direciona para um pdf onde esta frase está traduzida em muitas línguas. À cabeça, em árabe.
A última edição do jornal satírico francês Charlie Hebdo está a ter um interesse especial para os colecionadores. No eBay apareceram sete exemplares a um preço elevado.