Desde os atentados de Paris, que fizeram 17 mortos e que começaram com o ataque ao jornal satírico «Charlie Hebdo», o governo de François Hollande tem implementado várias ações de combate ao terrorismo e à causa jihadista. Além de operações policiais para eliminar possíveis ameaças, o Eliseu também lançou uma campanha de sensibilização e, na quarta-feira, um site exclusivamente dedicado a esta missão, identificada pela hashtag #StopDJihadisme.
Um dos objetivos do governo é que os cidadãos consigam identificar suspeitos jihadistas através de vários indícios evidentes nas práticas do dia-a-dia.
«Não vêem mais televisão nem vão ao cinema, deixam de praticar atividades desportivas, mudam a forma como se vestem», são alguns dos exemplos de sinais de alerta para detetar extremistas.
Mas a descrição apresentada está a gerar polémica e, nas redes sociais, os utilizadores não perderam tempo em responder com ironia à informação veiculada.
«A campanha não é para identificar potenciais jihadistas, mas para identificar pessoas desempregadas», escreveu um utilizador no Twitter.
En fait, la campagne #StopDjihadisme, c'est pas pour repérer un éventuel djihadiste. C'est pour repérer un chômeur. pic.twitter.com/BHuoKFbtkF
— Pat Wheeler (@PatWheel) January 28, 2015
Um dos sinais que tem gerado mais controvérsia refere-se à mudança de hábitos alimentares, que surge acompanhada da imagem de uma baguete com uma cruz em cima.
«O governo convida-os a ter atenção a todas as pessoas que não comem baguetes», disse outro utilizador no microblog.
Le gouvernement vous invite à vous méfier de ceux qui ne mangent pas de baguette. #stopdjihadisme pic.twitter.com/zQBjq0pR4P
— Thibaut Thomas (@thibautthomas) January 28, 2015
Apesar das piadas geradas, muitos especialistas consideram positiva a ação do governo francês, na medida em que esta passa a mensagem de que um comportamento tão radical como a defesa da causa jihadista está escondido em pequenos pormenores e mudanças do quotidiano.
O site lançado pelo governo já conta com mais de 17 mil fãs no Facebook e a hashtag #StopDjihadisme já foi usada mais de 12 mil vezes.