Síria: freira portuguesa diz que há cristãos impedidos de contactar famílias "há anos" - TVI

Síria: freira portuguesa diz que há cristãos impedidos de contactar famílias "há anos"

  • RL
  • 10 fev 2020, 11:45
Idlib

Irmã Maria Lúcia Ferreira diz “há cristãos que estão retidos (…) e que nunca mais puderam sair, nem ter contacto com as famílias desde que os terroristas ocuparam a região há seis ou sete anos”

Uma freira portuguesa residente na Síria alertou esta segunda-feira que “há cristãos retidos” na região de Idlib impedidos de contactarem com as famílias, desde que “os terroristas ocuparam [a região] há seis ou sete anos”.

Segundo um comunicadodivulgado pela Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre), “os combates que se têm verificado nas últimas semanas na região de Idlib, no noroeste da Síria, estão a preocupar as famílias e amigos dos cristãos que residem nesta província que em parte está ainda sob controlo de grupos extremistas”.

A Irmã Maria Lúcia Ferreira, que vive no mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara, diz, citada na nota, que esta “é uma situação que pode explodir a todo o momento” e afirma que até nos arredores da cidade de Aleppo tem havido incidentes

"Os terroristas que estão na região fronteiriça com Idlib estão a lançar ataques para a zona de Alepo", afirma esta religiosa que pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia, e que é conhecida como Irmã Myri , acrescentando que, em três vilas habitadas por cristãos na região de Idlib “há cristãos que estão retidos (…) e que nunca mais puderam sair nem ter contacto com as famílias desde que os terroristas ocuparam [a região] há seis ou sete anos”.

Numa mensagem gravada enviada para a Fundação AIS em Lisboa, a freira portuguesa refere que as três vilas em questão são Jdaye, Qunaya e Yacubieyh, situando-as perto da cidade de Jaisr al-Shughur e que a ofensiva militar contra redutos jihadistas em Idlib está a afetar toda a região.

De acordo com o comunicado da Fundação, “as movimentações militares nesta região estão a alarmar as populações e a provocar um êxodo enorme, que se calcula ultrapasse já as 550 mil pessoas, agudizando a crise humanitária neste país que em março entra no décimo ano consecutivo de guerra”.

No domingo, no Vaticano, o Papa Francisco manifestou preocupação face à situação.

"Continuam a chegar notícias dolorosas do noroeste da Síria, em particular sobre as condições de tantas mulheres e crianças, das pessoas obrigadas a fugir", disse o Pontífice.

A guerra na Síria já terá causado mais de 380 mil mortos e vários milhões de refugiados e de deslocados internos, segundo a Fundação AIS, que tem projetos de assistência humanitária no terreno, nomeadamente dirigidos a crianças, como a campanha “Uma Gota de Leite”, promovida pelo Centro de Desenvolvimento Social na Arquidiocese Ortodoxa em Homs e destinado a apoiar a alimentação de crianças oriundas de famílias mais carentes que vivem em Homs, Hama e Damasco.

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