May diz-se sintonizada com Trump para achar resposta para a Síria - TVI

May diz-se sintonizada com Trump para achar resposta para a Síria

  • 12 abr 2018, 23:57

Primeira-ministra britânica obteve luz verde do seu governo para possíveis ataques militares. Depois, falou com o presidente norte-americano que mantém adiada decisão

A primeira-ministra britânica Theresa May e o presidento norte-americano Donald Trump falaram na noite de quinta-feira sobre a questão síria, tendo concordado ser necessário dar uma resposta internacional face ao aleagado uso de armas químicas pelo governo de Damasco na cidade de Douma.

Concordaram que era vital que o uso de armas químicas não fique sem resposta e na necessidade de prevenir o uso de armas químicas pelo regime de Assad", disse o gabinete de Theresa May, através de um comunicado.

O gabinete da primeira-ministra adiantou ainda que May e Trump "concordaram em continuar a trabalhar juntos numa resposta internacional ".

Luz verde britânica

Ante da conversa com Donald Trump, o gabinete de crise britânico deu ‘luz verde’ à primeira-ministra, Theresa May, para se juntar aos Estados Unidos e à França e planear possíveis operações militares em resposta ao alegado ataque com armas químicas na Síria.

O pedido do gabinete para “ação” de modo a impedir o uso de armas químicas não incluiu detalhes sobre o método ou o momento de tais ataques, deixando em aberto a possibilidade de outras respostas.

Ministros foram convocados pela primeira-ministra para discutir o alegado ataque com armas químicas em Douma, que causou mais de 40 mortos e que provocou tensões entre as nações ocidentais e a Síria e os seus aliados, liderados pela Rússia.

Depois de uma reunião de mais de duas horas, o gabinete de crise apoiou o plano de Theresa May para trabalhar com os Estados Unidos e com a França para “coordenar uma resposta internacional".

O gabinete de Theresa May informou, em comunicado, que o gabinete de crise julgou “altamente provável” que o Governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, esteja por trás do ataque que ocorreu do Douma e concordaram “com a necessidade de tomar medidas para aliviar o sofrimento humanitário e impedir o uso adicional de armas químicas pelo regime de Assad".

Trump ainda sem decisão

Em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua a adiar uma decisão final sobre eventuais ataques na Síria, depois do alegado ataque com armas químicas que ocorreu na cidade rebelde de Douma.

O Presidente Trump acabou de concluir uma reunião com a sua equipa de segurança nacional para discutir a situação na Síria, mas nenhuma decisão final foi tomada", disse Sarah Sanders, porta-voz do executivo norte-americano.

Segundo a responsável, o presidente dos Estados Unidos vai contactar ainda na noite de hoje o presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra britânica, Theresa May.

Continuamos a avaliar as informações e estamos envolvidos em conversas com os nossos parceiros e aliados”, acrescentou.

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que dispõe de “provas” de que o regime de Bashar al-Assad utilizou armas químicas num ataque contra a localidade rebelde síria de Douma.

Estamos na Síria para lutar contra o terrorismo, contra o Daesh [acrónimo árabe para o autoproclamado Estado Islâmico]. Foi na Síria que organizaram os atentados. As diferentes guerras em curso não permitem que se faça de tudo. Temos provas de que, na semana passada, foram utilizadas armas químicas por parte do regime de Bashar al-Assad”, disse o Presidente francês, numa entrevista à televisão TF1.

Macron disse ainda que a França tomará decisões “em tempo oportuno”.

Os Estados Unidos, França e o Reino Unido têm efetuado consultas sobre o lançamento de um ataque militar, mas o momento e a escala de qualquer ação ainda não são claros.

Mais de 40 pessoas morreram no sábado passado num ataque contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.

A oposição síria e vários países acusam o regime de Bashar al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que peritos russos que se deslocaram ao local não encontraram “nenhum vestígio” de substâncias químicas.

Citando informações fornecidas por organizações de saúde locais em Douma, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indicou na quarta-feira que “cerca de 500 pessoas procuraram centros de atendimento exibindo sintomas de exposição a elementos químicos e tóxicos”.

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