Tony Blair afirma que o Brexit pode ser "evitado" - TVI

Tony Blair afirma que o Brexit pode ser "evitado"

Tony Blair

Ex-primeiro-ministro britânico considera que o processo ainda não atingiu o ponto sem retorno. E que, mais tarde ou mais cedo, ou o Parlamento ou o povo serão chamados para se pronunciarem sobre o acordo final da saída da UE

O ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, considera que o Brexit ainda pode ser evitado. Numa entrevista à revista New Statesman, o também ex-líder do partido Trabalhista afirmou que “o processo pode ser evitado se os britânicos decidirem que, tendo visto o que significa, o custo-benefício não justifica”.

Tony Blair acredita que o Parlamento, ou o povo britânico, irão, no final, ser chamados a se pronunciarem sobre o acordo final da negociação para a saída da União Europeia.

Para o ex-primeiro-ministro não faz sentido que as opções não se mantenham em aberto, defendendo que deve haver uma avaliação do acordo alcançado. Levanta mesmo algumas questões como, por exemplo, se o Reino Unido irá manter acesso à área de livre comércio da União Europeia ou será obrigado a negociar, sozinho, novos acordos com a Europa e o resto do mundo.

“Porque não manter as opções em aberto? Porque não podemos dizer ‘tomámos esta decisão antes de termos noção das consequências e, agora, que já conhecemos as consequências, já não temos tanta certeza dessa decisão’”, questionou o político durante a entrevista

A opinião de Tony Blair não é, no entanto, partilhada pela nova moradora do nº10 de Downing Street, em Londres. Theresa May, a nova chefe de Governo, já rejeitou a possibilidade de um segundo referendo e insiste que “Brexit significa Brexit”. Na verdade, ela nem sequer pretende que o Parlamento britânico se pronuncie sobre o tema, antes das negociações formais da saída da União Europeia. E está disposta a lutar por isso em tribunal.

Um relatório oficial revelado, na passada quarta-feira, 23 de novembro, revelou os primeiros números do custo que o Brexit pode ter para o país. As estimativas apontam para que o Reino Unido vá precisar de um empréstimo de 58 mil milhões de libras (68 mil milhões de euros), nos próximos cinco anos, devido ao abrandamento económico causado pela saída da União Europeia.

Recorde-se também que um documento, alegadamente oficial, do Conselho de Ministros britânico revelava que o Governo de Theresa May estava dividido quanto ao rumo a seguir e às consequências do mesmo e que o caminho a seguir ainda não estava escolhido.

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