China "não avança na democracia nem no respeito pelos direitos humanos" - TVI

China "não avança na democracia nem no respeito pelos direitos humanos"

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  • 4 jun 2018, 08:04
Aniversário do massacre na praça de Tiananmen (Reuters)

Taiwan critica Pequim e pede às autoridades chinesas que libertem o ativista pró-democrático taiwanês Lee Ming-Che

Taiwan condenou hoje a deterioração do respeito pelos direitos humanos na China, no 29.º aniversário da revolta da praça Tiananmen, e pediu às autoridades de Pequim que libertem o ativista pró-democrático taiwanês Lee Ming-Che.

Apesar de a China avançar em outras áreas, "não o faz na democracia ou no respeito pelos direitos humanos", criticou o Conselho de Taiwan para a China Continental, em comunicado.

A mesma nota instou Pequim a "promulgar reformas democráticas e respeitar os direitos democráticos dos 23 milhões de habitantes de Taiwan" e a terminar com "ameaças militares" contra o território.

Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo governo nacionalista chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente, em 1949, assume-se como República da China, mas Pequim considera-a uma província chinesa e não uma entidade política soberana.

Taipé pediu ainda a libertação do ativista Lee Ming-Che, condenado em novembro passado por Pequim a cinco anos de prisão por "subversão do poder do Estado", devido a opiniões e comentários difundidos nas redes sociais.

Fazemos um apelo à China para que avance nas reformas democráticas e proteja a liberdade de expressão e de religião e outros direitos do povo, e que aborde adequadamente os factos ocorridos durante o massacre na Praça Tiananmen", acrescentou o comunicado.

Iniciado por estudantes da Universidade de Pequim, o movimento pró-democracia da praça Tiananmen foi esmagado pelo exército na noite de 03 para 04 de junho de 1989, quando tanques militares foram enviados para pôr fim a sete semanas de protestos.

O número exato de pessoas mortas continua a ser segredo de Estado, mas as "Mães de Tiananmen", associação não-governamental constituída por mulheres que perderam os filhos naquela altura, já identificaram mais de 200.

No entanto, um documento diplomático britânico desclassificado em dezembro passado aponta para mais de 10.000 mortos.

O Conselho de Taiwan para a China Continental acusa a China de não querer reavaliar o "uso do Exército para reprimir os estudantes e trabalhadores que valentemente defenderam a democracia, liberdade, direitos humanos e o Estado de Direito".

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