Líderes históricos timorenses devem ter coragem de ceder lugar aos jovens - TVI

Líderes históricos timorenses devem ter coragem de ceder lugar aos jovens

Xanana Gusmão e Taur Matan Ruak (LUSA)

Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, diz que, depois de realizada "com grande capacidade" a primeira parte do anseio nacional, com a restauração da independência, é preciso uma nova motivação

Timor-Leste ainda não está numa fase que permita à nova geração governar mas deve trabalhar para ultrapassar o "impasse" que desde 2012 "paralisa o desenvolvimento" apostando nos mais jovens, afirmou, nesta terça-feira, o Presidente da República.

É preciso ter coragem para saber dar o lugar aos mais novos", afirmou Taur Matan Ruak no Parlamento Nacional, na abertura da 5.ª sessão legislativa da atual legislatura, a sua primeira intervenção no plenário desde um polémico discurso no início do ano em que fez duras críticas ao Governo e a vários líderes históricos do país.

"Os líderes históricos realizaram com grande capacidade a primeira parte do anseio nacional. Mas a segunda parte dos nossos objetivos nacionais exige uma nova motivação e um novo olhar. É importante a conjugação de esforços com a mobilização e maior participação dos jovens", afirmou.

O Presidente timorense manifestou, também, "grande tristeza" por constatar que 14 anos depois da restauração da independência continua a haver no país insuficiente apoio aos mais vulneráveis, com a pobreza a "afligir muitos filhos e filhas de Timor-Leste".

Num longo discurso, o chefe de Estado fez críticas à ação governativa, com vários alertas sobre a situação do país, referindo-se aos perigos de insustentabilidade dos gastos públicos e à falta de investimentos em setores chave da economia.

Relativamente ao setor judicial timorense, disse ter-se "degradado muito além do razoável", com o desinvestimento a levar à paralisia do Tribunal de Recurso e à falta de meios para combater a corrupção.

Taur Matan Ruak apontou o dedo a um dos setores mais fragilizados do país, considerando que ainda está longe de ser cumprida a organização judiciária prevista na Constituição.

Faltam, defendeu, a instalação dos tribunais previstos, a aprovação de legislação central para o funcionamento dos tribunais e a legislação que regule o Processo Administrativo e Fiscal, "condição da construção do Estado de Direito em Timor-Leste".

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